18.10.06

estranhamento

Quais foram as consequências da greve de professores que durou os dois últimos dias? Para a ministra da educação, mais raiva pública pelos professores (vociferada em fórmulas do género «e agora que faço aos miúdos?! estes gajos... olha, eu bem gostaria de ter as férias deles, de que é que se queixam?» - não que efectivamente queiram sabê-lo...). Para o Estado, mais dinheiro nos cofres. Para o meu filho mais velho, ter dois furos a História, passados a jogar à bola. Para o mais novo, perder dois dias de aprendizagem, que muita falta lhe fazem. Para os pais deles, não terem que levar o pequeno à escola, tendo o prazer da sua companhia, simpática e bem comportada, nos respectivos locais de trabalho, onde opera milagres pelo prestígio dos progenitores. Para os irmãos, mais tempo juntos e mais responsabilidade, ficando sozinhos em casa. Para a professora do caçula, dois dias passados na companhia da sua filha pouco mais do que recém-nascida (de quem abdica algumas tardes, renunciando à redução de horário a que tem direito, para conseguir fazer um bom trabalho), que bem caros lhe terão saído.
A greve já não serve os seus propósitos. Há que encontrar outras soluções.

Acrescento alguns links com discussão sobre o tema:

este, em que chamo a atenção para a caixa de comentários, particularmente os do zé e da anabela;
e ainda aqui e ali.

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