16.10.05

Das relações

Ora aí está um assunto que o mulherio adora debater até porque a típica e inata curiosidade feminina (também conhecida como cusquice) gosta sempre de saber as tricas por trás de tudo o que se passa. Sejam as relações públicas (será que o príncipe Felipe é mesmo homossexual e a tal da divorciada teve que ser artificialmente inseminada?) ou melhor ainda privadas (ai e aqueles dois que se davam tão bem e agora já viste que ele anda todo caído pela nova secretária do chefe? Que ainda por cima tem ar de prostituta barata daquelas que se vendem na estrada aos camionistas! Os homens são todos iguais!)

Eu como de relações não percebo nada, até porque para mim relações equivale a ralações como já dizia alguém que nem me lembro bem quem era… mas como dizia, de relações não percebo nada mas gosto e participo activamente nas discussões telenovelescas sobre estes assuntos do quem anda com quem mas gostava mesmo era de andar com outro alguém.

“E tu viste o olhar dele para aquela pindérica?”… “E tu sabias que ela no outro dia lhe pôs as malas à porta?” e tantas outras questões interessantíssimas e importantíssimas que nos passam pelo estreito quase diariamente como se a nossa vida fosse tal qual um desses livros de literatura light ou que raio de género é esse que agora inventaram para agradar às donas de casa frustradas e sem mais nada que fazer que alimentar o imaginário com cusquices irreais e fantasiadas. Eu própria me incluiria nessa sub-classe não fosse o facto de pura e simplesmente ter uma relação de ódio com a minha cozinha e com tudo o que lá está dentro tirando talvez o frigorifico porque sempre gosto de uma ou outra bebidazita gelada, sobretudo quando o calor aperta! Portanto lá se vão uns cobres por mês para que eu possa ter a minha própria dona de casa que ainda esta semana me estragou mais umas t-shirts que o raio da mulher ainda não percebeu que t-shirts com estampados não gostam de ferros quentes! Mas adiante!

Nas relações há dois lados. O masculino e o feminino pois claro! O lado masculino é o mais linear. Um gajo namora uma gaja, casam os dois e tem um ou dois meninos que a vida hoje não dá para mais. E depois o gajo engorda e a gaja fica chata e deixa de gostar de sexo e já nem sequer sabe onde enfiou aquela lingerie que ele lhe ofereceu para usar na lua-de-mel. E depois o gajo lá tem que se ir aliviando com umas amigas mais liberais (ou não… mas isso são outros quinhentos!) ou com as tais prostitutas de beira de estrada e a gaja às tantas até percebe e se calhar até encolhe os ombros porque aquilo já era uma trabalheira desgraçada e já nem lhe dava prazer nem nada.

O lado feminino é muito mais complicado. Porque as mulheres nasceram com o complicador ligado e tem a mania de ler nas entrelinhas. Querem tudo muito bem explicadinho. Ou então voltamos à gaja que já deu o que tinha a dar e se dedica aos meninos e quem sabe a um ou outro vizinho. Mas que são umas desconfiadas, lá isso são. Querem saber com quem vão os maridos, e para aonde e por quanto tempo. E se a coisa não bate certo já estão a fazer filmes. Se calhar o gajo até teve mesmo um furo e depois o telemóvel ficou sem bateria e depois estava a chover e não havia táxis e ele teve que passar a noite ali num motel de beira de estrada que cheirava a perfume barato… “Mas ó querida aquilo era tão mau que até tinha baratas e eu nem dormi nada só a pensar que elas podiam começar a passear-se por cima de mim!” Como se isso justificasse o cheiro a perfume barato e a álcool e a tabaco! Há homens que mentem tão mal!

E eu não digo que este assunto dava pano para mangas? Podia ficar aqui toda a noite a divagar sobre cenas entre casais… umas mais trágicas, outras mais cómicas. Não dou conselhos a ninguém porque cada um sabe de si. Mas que é o cabo dos trabalhos haver relações que ainda funcionem hoje em dia lá isso é. As tentações estão por todo o lado. É só haver ali uma janelinha a piscar numa sala de chat onde entramos depois de inventarmos um nick engraçado (por acaso já tive um que era “SexGoddess”, nem imaginam as solicitações que tive!)

Por isso minhas amigas façam como bem entenderem! Desde que se sintam bem com o que tem e que sejam felizes. Não felizes para sempre porque a vida não é um desses filmes com final feliz nem um conto de fadas. Mas que os momentos de felicidade, intimidade e cumplicidade partilhados a dois superem os outros momentos… já não é pedir muito e já não é muito mau!

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