29.3.06

Vestígios

Seis e quarenta. O café tem sinais exteriores de entreposto. No bairro, só ele acorda quando eu não durmo. Eis o António e três senhoras. Falam de futebol. E de um velho que morreu afogado. Conversam serenos. Permitindo-me madrugar assim em paz. A sabão azul, disperso vestígios da noite. há tanto tempo que não durmo. tanto tempo. não durmo desde que nos deixámos. quero dizer, desde que não nos deixámos. que não durmo. ou durmo acordando. melhor dizendo, acordo e vejo-me dormindo. mas não chego a acordar. nem a dormir. Fecho o livro. Apago o cigarro. O café desaparece.

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