12.6.06

as idades da vaidade I

Até aos dez anos vestíamos o que calhava: roupas herdadas, recicladas a partir de vestidos fora de moda da mãe ou das tias, um vestido ou outro da modista, o item ocasional do Tito Cunha. Os sapatos ora grandes, ora apertados, constavam de um par por estação, passando de um ano para o outro. Apanhávamos sol aos litros, permitindo às mães a aplicação à pressa de uma camada de creme nos ombros, bochechas, nariz. A vaidade concentrava-se num vestido de festa, num penteado. A permissão das mães para explorarmos o rouge, o baton e os colares era uma festa. Não era importante que fossemos bonitas; haveríamos de sê-lo quando crescêssemos.

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