Se não é uma coisa é outra!
Esta é sem dúvida uma expressão que serve para muita coisa se não para quase tudo nesta vida porque as coisas nunca são como nós queríamos ou gostávamos que fossem. Neste caso em particular aplica-se aos pelos que como todos sabemos crescem a uma velocidade muito maior do que a que desejaríamos embora no caso das mulheres e das artistas em específico o que desejaríamos era nem tê-los! Mas como o cachet ainda não chega para nos irmos submeter aos tratamentos de extermínio definitivos pois temos que nos livrar deles como podemos porque uma sombra que seja de um desses minúsculos mas indesejáveis apêndices dá-nos logo cabo do sossego porque chama a atenção dos clientes para algo que não devia estar ali e não é isso que se pretende!
Estamos numa altura má, verdade seja dita porque no verão a tormenta é ainda maior porque um pelito milimétrico que seja aliado ao suor que nos escorre por entre as pernas dá-nos uma comichão de tal ordem que às vezes eu até temo que se nos venha a estragar o espectáculo. A gente até conhece os truques do pó de talco e das ventoinhas ligadas no máximo e direccionadas para os nossos entre pernas mas mesmo assim, mesmo assim há dias que parece que temos uma multidão de insectos carnívoros a ferrarem-nos as pequenas mandíbulas e ainda por cima de dentro para fora o que não se resolve nem à chapada o que aliás será de evitar porque ali está um dos nossos pontos mais sensíveis, ainda que mais sensuais é certo, e nós que tão mal o tratamos por vezes quando temos que desenrascar com o que temos que é impensável uma artista aparecer em palco sem ser no seu melhor que nós vivemos da imagem e uma imagem diz logo tudo sobre o grau de preocupação de cada uma de nós com o que temos de melhor que no meu caso é mesmo este corpo que aliado a uma forte e poderosa voz me permite ser cabeça de cartaz com muito mérito e honra.
Mas a Micaela, que esta rapariga me dá cabo da cabeça que o juízo é pouco ou mesmo nenhum que não sei porque acaba sempre por se meter em trabalhos e me arrasta sempre nos seus devaneios e ideias do arco da velha, ontem apareceu-me aí à tarde aflita que tinha corrido toda a Baixa e uma parte da Alta até onde a carteira que não é muito recheada lhe permitia, e mesmo assim não conseguiu arranjar quem lhe limpasse os pelos assim do pé para a mão que isto aqui tem que ser tudo com marcação e eu se não tivesse nascido com tanta vocação acho que neste momento seria esteticista que mulheres com pelos é coisa que nunca deixará de existir por muitas inovações que introduzam na forma de os eliminar. Mas dizia eu que a Micaela me apareceu aí ontem num estado de hirsutismo lastimável e com as pressas e para desenrascar lá fui eu buscar uma gilette das do Jacinto mas sem ele dar por nada que ele não gosta que se lhe mexa nas lâminas que o homem pode ser analfabeto mas também tem as suas manias. Lá lhe dei a gillete e recomendei-lhe calma e atenção porque a gente sabe que as lâminas não são amigas da nossa pele e muito menos nesse sítio tão sensível que é a pele do entre pernas que uma passagem mais descuidada pode ter consequências muito desastrosas mas esta rapariga que nunca liga nada ao que se lhe diz logo à primeira passagem arranca-me um bocado de pele tão grande que se lhe abriu ali uma nascente de sangue que a gente sabe bem que nestes sítios por muito minúscula que seja a ferida é o cabo dos trabalhos para o estancar!
Eu até receei que de repente a mulher me tivesse que ser levada às urgências para ser costurada e ainda por cima nesta altura que é só estagiários manetas e estrábicos e lá me ficava a Micaela com uma cicatriz daquelas à franquen-monstro num sítio que não dá jeito nenhum mas também era bem feita que toda a gente sabe que fazer tudo às pressas é no que dá! Mas depois com jeitinho lá conseguimos que a coisa acalmasse só que agora se punha o problema da indumentária porque fio dental ali por cima era capaz de fazer ainda pior e nós aqui pretendemos ter um show erótico e não gótico.
Lá descortinei uns farrapos e fizemos uma coisa assim à la jane das selvas com a vantagem que se a rapariga começasse novamente a sangrar era capaz de nem se notar e era bom mesmo que nada acontecesse senão quem ouvia era eu que sou responsável por ela e pelas outras todas e mesmo assim com tantas recomendações e cuidados acontecem sempre coisas destas que juízo naquelas cabecinhas é o que se sabe e o que se vê. Mas no fim lá acabou por sair bem mesmo com uns gemidos da Micaela à mistura que felizmente se incorporaram na música que eu tive o cuidado de escolher uma música à altura ("Peach" daquele rapaz amaricado e assim minorca que salta muito e nem sei como consegue porque tem uns saltos altos duma altura que até a nós nos causa vertigens) e ela aproveitou-se bem dos oohhhh uuuhhhhhs que pode ser uma perfeita desastrada noutras coisas mas tem alma de artista e quando o artista se esforça e a coisa até acontece o público aplaude e agradece que nisso eu cá posso não ser nenhuma pop star mas aprendi com os melhores (e deixo aqui um agradecimento público ao meu querido Serafim que nos deixou tanta saudade e que nunca mais cá veio desde que cortou os belos caracóis e tanto branqueou o cabelo que agora nem parece o mesmo!)
Estamos numa altura má, verdade seja dita porque no verão a tormenta é ainda maior porque um pelito milimétrico que seja aliado ao suor que nos escorre por entre as pernas dá-nos uma comichão de tal ordem que às vezes eu até temo que se nos venha a estragar o espectáculo. A gente até conhece os truques do pó de talco e das ventoinhas ligadas no máximo e direccionadas para os nossos entre pernas mas mesmo assim, mesmo assim há dias que parece que temos uma multidão de insectos carnívoros a ferrarem-nos as pequenas mandíbulas e ainda por cima de dentro para fora o que não se resolve nem à chapada o que aliás será de evitar porque ali está um dos nossos pontos mais sensíveis, ainda que mais sensuais é certo, e nós que tão mal o tratamos por vezes quando temos que desenrascar com o que temos que é impensável uma artista aparecer em palco sem ser no seu melhor que nós vivemos da imagem e uma imagem diz logo tudo sobre o grau de preocupação de cada uma de nós com o que temos de melhor que no meu caso é mesmo este corpo que aliado a uma forte e poderosa voz me permite ser cabeça de cartaz com muito mérito e honra.
Mas a Micaela, que esta rapariga me dá cabo da cabeça que o juízo é pouco ou mesmo nenhum que não sei porque acaba sempre por se meter em trabalhos e me arrasta sempre nos seus devaneios e ideias do arco da velha, ontem apareceu-me aí à tarde aflita que tinha corrido toda a Baixa e uma parte da Alta até onde a carteira que não é muito recheada lhe permitia, e mesmo assim não conseguiu arranjar quem lhe limpasse os pelos assim do pé para a mão que isto aqui tem que ser tudo com marcação e eu se não tivesse nascido com tanta vocação acho que neste momento seria esteticista que mulheres com pelos é coisa que nunca deixará de existir por muitas inovações que introduzam na forma de os eliminar. Mas dizia eu que a Micaela me apareceu aí ontem num estado de hirsutismo lastimável e com as pressas e para desenrascar lá fui eu buscar uma gilette das do Jacinto mas sem ele dar por nada que ele não gosta que se lhe mexa nas lâminas que o homem pode ser analfabeto mas também tem as suas manias. Lá lhe dei a gillete e recomendei-lhe calma e atenção porque a gente sabe que as lâminas não são amigas da nossa pele e muito menos nesse sítio tão sensível que é a pele do entre pernas que uma passagem mais descuidada pode ter consequências muito desastrosas mas esta rapariga que nunca liga nada ao que se lhe diz logo à primeira passagem arranca-me um bocado de pele tão grande que se lhe abriu ali uma nascente de sangue que a gente sabe bem que nestes sítios por muito minúscula que seja a ferida é o cabo dos trabalhos para o estancar!
Eu até receei que de repente a mulher me tivesse que ser levada às urgências para ser costurada e ainda por cima nesta altura que é só estagiários manetas e estrábicos e lá me ficava a Micaela com uma cicatriz daquelas à franquen-monstro num sítio que não dá jeito nenhum mas também era bem feita que toda a gente sabe que fazer tudo às pressas é no que dá! Mas depois com jeitinho lá conseguimos que a coisa acalmasse só que agora se punha o problema da indumentária porque fio dental ali por cima era capaz de fazer ainda pior e nós aqui pretendemos ter um show erótico e não gótico.
Lá descortinei uns farrapos e fizemos uma coisa assim à la jane das selvas com a vantagem que se a rapariga começasse novamente a sangrar era capaz de nem se notar e era bom mesmo que nada acontecesse senão quem ouvia era eu que sou responsável por ela e pelas outras todas e mesmo assim com tantas recomendações e cuidados acontecem sempre coisas destas que juízo naquelas cabecinhas é o que se sabe e o que se vê. Mas no fim lá acabou por sair bem mesmo com uns gemidos da Micaela à mistura que felizmente se incorporaram na música que eu tive o cuidado de escolher uma música à altura ("Peach" daquele rapaz amaricado e assim minorca que salta muito e nem sei como consegue porque tem uns saltos altos duma altura que até a nós nos causa vertigens) e ela aproveitou-se bem dos oohhhh uuuhhhhhs que pode ser uma perfeita desastrada noutras coisas mas tem alma de artista e quando o artista se esforça e a coisa até acontece o público aplaude e agradece que nisso eu cá posso não ser nenhuma pop star mas aprendi com os melhores (e deixo aqui um agradecimento público ao meu querido Serafim que nos deixou tanta saudade e que nunca mais cá veio desde que cortou os belos caracóis e tanto branqueou o cabelo que agora nem parece o mesmo!)
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