23.10.06

Ainda a greve dos professores

Ontem conversei com um professor que fez greve. Explicou-me que a motivação desta greve é a reivindicação contra a perda de regalias por parte dos professores. Sem que eu tenha compreendido na perfeição em que consistiam estas regalias e a sua perda, dado que apenas me foram apresentados exemplos práticos de concretização e não de artigos que tenham deixado de existir. Entre estes exemplos incluíam-se perdas na remuneração (aparentemente reduções salariais, o que me deixou perplexa) e alteração das regras na progressão da carreira (em que um professor pode ver-se impedido de avançar, sem que haja critérios claramente definidos). Este professor nunca tinha ouvido falar na extensão curricular, ou “actividades de enriquecimento”, tendo ficado admirado por eu pensar que tinham alguma relação com a greve recente.
Fica-me a dúvida, entre tantas, sobre se esta e outras questões surgiram apenas como discurso lateral, espelhando a frustração dos professores, se os professores fizeram greve cada um pelas sua razões sem saberem claramente quais as reivindicações oficiais ou, ainda, se a greve incluía diferentes reivindicações, abrangendo a criação de estratégias para a dignificação da profissão e implementação de um estatuto social de prestígio (uma das queixas que ouvi por aí). Se assim for, fico admirada por cada professor fazer greve puxando a brasa à sua sardinha e sem saber nada do peixe dos colegas. E também, neste quadro da sua própria ignorância sobre os motivos concretos da greve, como podem eles admirar-se por o grande público permanecer confuso e a leste.

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