2.11.06

Clown State Inc.



Ele há dias assim, em que uma pessoa acorda mais ou menos mal disposta e depois dá de caras com uma banca de jornais e revistas em que é só palhaços nas capas. Ele há dias assim, em que uma pessoa sente vergonha de partilhar a nacionalidade com uns espécimes adulterados que um dia pensaram que marchand era uma tradução livre e melhorada de prostituto de luxo.

Não os condeno a eles, aos palhaços que se deixam fotografar. Palhaço que é palhaço precisa de tempo de antena, seja de que maneira for. O que me incomoda são os outros, que os perseguem e praticamente os obrigam a permanecer nas luzes da ribalta. E os pobres de espírito que papam tudo aquilo e ainda pedem mais.

É triste sentirmos que pertencemos a uma nação de palhaços. É triste sobretudo porque nos desvaloriza face aos habitantes de outras nações. Alguém que venha de fora nunca entenderá porque aqui tanto acarinhamos os palhaços. Não digo que outras nações não os tenham, afinal há e sempre houve bobos da corte. Mas os palhaços devem ocupar o lugar que lhes é devido. Servem para umas quantas gargalhadas quando o tédio nos invade mas depois quando chega a altura de passarmos aos assuntos sérios, eles devem ser relegados para um plano secundário.

Afinal como querem que nos levem a sério lá fora, se nós próprios nem conseguimos fazê-lo cá dentro?

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