querido
Tenho dito poucas vezes o teu nome. Quero fazer o teu nome com todas as minhas vozes e daquelas que ainda não conheço em mim. Páro e digo-o para dentro. Aqui, olho a tua boca e o teu nome soa doce, terminação em sorriso. Agora perco-me um compasso e esperas o nome em voz baixa, mais que um sussuro, de um rosto grave e próximo do teu. Repito e parece que soletro, mas não: poisa vagaroso em todas as letras. Com a boca encostada à tua, ouves o teu nome por saberes que estás sempre à flor dos meus lábios. Tens cócegas no pescoço quando contam a primeira sílaba. Afundo-me e o teu nome completa-se, num som que se fecha sobre ti. Volto-me para ti e chamo-te.
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