4.4.07

anda cá

Afasto-te de mim sem me desligar de ti. Não sei como se opera; sinto a corda que me une o eixo do olhar ao períneo, ao evocar-te. Estado contemplativo e tesão desenfreada, à uma, como se tal fosse possível. Um êmbolo que me aquece ao descer no imo de mim, comprime a matéria e me esvazia, deixando-me leve como o hélio: elevação. Riso que não salta da boca e se espalha devagar, dançando no corpo parado. O calor torpe entre as coxas, as mamas tão cheias e presentes como as de uma virgem do leite. Estás inscrito em mim e essa verdade é só minha, embora eu queira que a sintas.
As tuas friezas, preconceitos e distâncias não me atingem. Tenho comigo os teus gestos, esse alegre sacudir para trás a cabeça, o passo de um pé para o outro, quando estás no mesmo sítio, de um potro irrequieto. Trago para todo o lado o bem do teu pensamento, o meu nome só teu na tua entoação, o que não conheço em ti e que já quero. Não sabes o meu amor, não o vês, não o sentes; amo-te melhor sem ti, dizes tu.
Cada um é um mistério, mas segredo a mais não me serve: fica dois furos acima e todavia apertado. Tens medo de ser domado e eu só sei ser verdadeira. Por isso te digo, querido, que ainda te hei-de foder muito, a ti e ao teu juízo. E entre uma tesão e outra, prometo: um dia hei-de ver-te de avental empinado por essa tua pila boa. Com jeitinho, com paciência, ainda te vou ensinar a dobrar lençóis de elástico.

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