2.4.07

comédia na tv

As poucas, raríssimas ocasiões em que ligo a televisão mostram-me o que ando a perder. Já há uns anos verifiquei que é um veículo melhor para apreender o país real do que andar na rua, quando assisti à saída dos concorrentes do «Big Brother» com a participação do comentário dos populares. Ontem foi um concurso, «A Bela e o Mestre», na TVI. So assisti enquanto duraram os meus ovos estrelados, mas já deu para me dignificar como pessoa culta, quase erudita. A certa altura, quando a concorrente mostrava a tranca sentada numa secretária, tendo o seu cavaleiro andante sentado atrás desta, com fita adesiva colada sobre a boca (imagem edificante, convenhamos, e nada sexista), mostraram umas imagens, das quais teria que identificar o nome. Uma das belas ignorava o facies de Salazar, mesmo na esteira do concurso recente, aquele dos grandes portugueses. Outra não foi capaz de dizer se a Ópera de Sidney era uma obra do século XX, quanto mais identificá-la. Ao aparecer Winston Churchill, uma terceira, perante a ajuda do apresentador, este senhor ganhou o concurso dos grandes portugueses em Inglaterra, aventou «George Bush?».
Mas isto não tem mal nenhum. Um dia destes descobri que há um cantor chamado Tony Carreira, o qual parece chegar ao ponto de ter fãs. Não identificaria o senhor pelo rosto, nome ou música e tenho a certeza que elas lhe conhecem a letra, até a lírica. Cada um sabe o que quer.
O concurso teve um momento alto quando a apresentadora apanhou uma mosca. Todos aplaudiram. Fico esperançada pelo futuro televisivo da minha avó, que aos 88 anos ainda apanha toda a espécie de insectos com as suas mãos nuas, esmagando-os impiedosamente.

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