Uma pausa na guerra
Desisto. Por hoje. Desisto assim já deitada no chão, com os olhos fechados. Aquele corpo amarfanhado, aquilo não é eu, não sou isso, mas hoje preciso de desistir; um dia que seja, só hoje, só umas horas, deixar cair os braços, desistir, uns momentos de pausa, de descanso. Desisto de fazer de conta, de ir à procura em mim de um sorriso que seja, que esteja de outros dias sem tristeza, para o devolver a quem me sorri em dia normal. Desisto de olhar para a cara dos outros, hoje, só hoje. Deixem-me esconder o olhar, hoje, só hoje, (não quero que me encontrem a mágoa na pupila) quero ficar no chão, sentir-me desistida, é preciso uma pausa, é preciso saber permitir (-nos) desistir, uma vez que seja, um dia, só hoje.
Por hoje desisto. Também mereço desistir, nem que seja um bocadinho (só um bocadinho de tempo).
Por hoje desisto. Também mereço desistir, nem que seja um bocadinho (só um bocadinho de tempo).
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