Mas onde é que tá o gajo?!
Digam-me onde se encontra o sacana do gajo que inventou o amor e eu vou lá e dou-lhe um tiro nos cornos! Só pode ter sido um gajo, de certeza que foi, como uma forma de vingança por ter nascido feio, curto e grosso! Foi ele que escreveu aquelas histórias da trampa em que o príncipe se apaixona pela princesa (normalmente um deles está disfarçado ou de sapo ou de soupeira que é para dar mais relevo à coisa da treta), histórias essas que nos impingiram na infância ad nauseam mas o que é certo é que essa coisa do final feliz e do par completo nos deixa uma marca qualquer lá dentro, e indelével!
O amor é uma bela duma trampa e não é nenhuma historieta com final feliz não senhora! O amor diminui-nos, expõe-nos, fragiliza-nos e confronta-nos com os nossos próprios demónios. Ó mas é claro que não estou a falar do amor familiar, esse é feito duma outra matéria totalmente distinta. Estou a falar do amor paixão, naquele que a gente se convence que sente por algumas almas iluminadas (ó ilusão suprema!) mas que vai-se a ver ao perto e afinal estão tão corrompidas e chamuscadas como a nossa própria! Bah!
Tou farta do amor, tou farta que me falem de amor! O amor é uma merda, uma não-existência, uma incongruência, um azar de morte! Mas eu algum dia disse que queria uma coisa dessas para mim foi?? Devia tar a leste, a norte, nalgum sítio bem longe daqui, desta realidade cinzenta, rotineira e solitária onde me encontro. Um dia alguém mais sábio do que eu disse-me que não acreditava no amor, que era pura invenção. Começo a achar que tem razão e mais ainda, que o amor é pura desilusão e decepção! Qual farol de luz que nos orienta na noite mais escura, qual estrela que nos guia e nos protege, qual quê!! Uma boa merda é o que ele é, e um tiro bem mandado era o que merecia aquele gajo por o ter inventado!!
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