ovulação
Penso pacifiquei, reaprendi a viver num registo mínimo. Mal-grado a minha temperança, dou por uma revolta escura de sangue quente. Acreditei que voltava a viver sem ser mulher, apenas aquele resto que me completa em pessoa. Regressava cordatamente à compartimentação de antes, de há tanto tempo que só lembrei pelo reconhecimento. Conseguia prosseguir mutilando uma parte, como quem resiste a tudo sem um pé, um rim ou o olfacto. Estava a funcionar. Recuperei concentração e vontade, a máquina ordeira e operativa do quotidiano.
Súbito, este rasgão pelo desejo. Uma vontade insana de te comer todo, todinho, sem passar pelo tempo em que dou cabo de ti. Vir-me contigo, a tua voz num gemido exangue mesmo encostado à minha boca.
Ou me manipulas à distância ou serei eu escrava das minhas hormonas.
Súbito, este rasgão pelo desejo. Uma vontade insana de te comer todo, todinho, sem passar pelo tempo em que dou cabo de ti. Vir-me contigo, a tua voz num gemido exangue mesmo encostado à minha boca.
Ou me manipulas à distância ou serei eu escrava das minhas hormonas.
<< Home