4.11.05

O puto do skate

No outro dia quando passei por lá vi-o a andar no seu skate. Não sei bem que idade teria mas já se desenrascava bem. Fiquei a observá-lo durante um bocadinho. Depois já nem me lembro bem porquê resolvi ir falar com ele. Pedi-lhe para me deixar experimentar. Ele olhou para mim de lado meio incrédulo, meio desconfiado. Ainda olhou para os lados para ver se eu seria uma mãe a querer roubar o seu precioso skate para dá-lo a algum filho que lhe tivesse pedido. Mas eu estava ali sozinha e naquele momento era mesmo eu que queria experimentar o skate dele. Percebi que com falinhas mansas não ia a lado nenhum portanto mostrei-lhe uma moeda de 2 euros e com isso lá o convenci.

E experimentei… e mesmo passados mais de 20 anos ainda sei andar de skate! E senti-me como sempre me senti durante anos a fio… solta, livre e imbatível! Houve uma altura em que o meu skate era o meu melhor amigo. Só não dormia na cama comigo mas estava sempre ali ao lado. E andava com ele na rua e no meio de Lisboa. E no meio dos carros. E sem saber desafiava um perigo que por acaso atingiu um dos putos do grupo que vi ser atropelado mesmo à minha frente. A partir daí passei a ter mais cuidado mas não deixei de andar de skate.

O puto deve ter ficado impressionado. Nem abriu a boca quando lhe entreguei o skate e lhe agradeci por aquele bocado. Mas no sábado passado sorriu-me quando passei por ele no meu novo skate acabadinho de estrear. Se me der para isso e se esta semana conseguir treinar, acho que no próximo fim-de-semana desafio-o para uma corrida. Não sei se ele irá aceitar, nem sei se lhe conseguirei ganhar… mas sei que mais cedo ou mais tarde irei tentar! Sabe tão bem descobrir partes de nós que ainda lá estão… praticamente na mesma apesar de já terem passado tantos anos!

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