Enquanto aqui morares...
À medida que vou passando pela vida, ou que ela vai passando por mim, chego À conclusão que todos temos traumas. Normalmente provocados pelos nossos familiares ou por causa deles. Ou porque não nos permitiram seguir um rumo que desejámos, ou porque nós não conseguimos fazer por eles algo que nos magoo tanto deixar de fazer, ou porque passámos por um sofrimento aumentado por sabermos que os nossos também o passavam connosco.
Foi um tempo em que não pudemos dizer que não ou em que não o conseguimos, por um ou outro motivo, fazer. É a sensação angustiante da nossa cobardia. A cobardia do deixar fazer por nós, a cobardia do comodismo. Será que podia ter sido diferente? Será que podíamos fazer alguma coisa para evitar que decisões, que não foram nossas, sobre a nossa vida, pudessem ter sido diferentes. Traumas de infância, pré-adolescência, adolescência e pós-adolescência. As acusações de sermos mal educados e ingratos quando ganhámos um pouco de coragem para nos impormos e, mesmo assim, essa imposição não levar a lado nenhum a não ser ao mau ambiente familiar e a uma frustração ainda maior do “enquanto aqui morares...”. A vontade de agarrar nas coisas e fugir para deixar de morar e mandar na nossa vida. Quantos não concretizaram essa vontade acabando por ganhar novos traumas? Traumas de uma vida difícil, de um começar do zero, da fome, de não ter nada, de, sem a vida estabilizada que os pais tinham, conseguir dar-se a si mesmo aquilo pelo que “fugiram” de casa. Quantos voltaram atrás ficando a sentir-se ainda mais sem valor?
Ouço histórias, alguma semelhantes à minha, outras mais fáceis, outras mais difíceis, mas todas, à sua maneira, traumatizantes para quem as viveu. Hoje, com filhos, penso se um dia terei a coragem de saber que não seu eu quem sabe o que é melhor para eles; são eles próprios que o sabem, à sua maneira e, apenas necessitando de alguma orientação. Orientação e nunca imposição. Porque, se aqui moram, foi porque eu quis que morassem. Se aqui moram é porque não podem, por enquanto, morar noutro lado, e os meus sonhos foram meus. Aqueles que concretizei e os outros que me magoam. Meus. Os meus filhos terão os deles e, mesmo que eu não os compreenda e não ache que sejam os melhores sonhos, são os deles. Gostava de saber que os iriam realizar. Gostava de conseguir não lhes causar o trauma do “enquanto aqui morares...”
Foi um tempo em que não pudemos dizer que não ou em que não o conseguimos, por um ou outro motivo, fazer. É a sensação angustiante da nossa cobardia. A cobardia do deixar fazer por nós, a cobardia do comodismo. Será que podia ter sido diferente? Será que podíamos fazer alguma coisa para evitar que decisões, que não foram nossas, sobre a nossa vida, pudessem ter sido diferentes. Traumas de infância, pré-adolescência, adolescência e pós-adolescência. As acusações de sermos mal educados e ingratos quando ganhámos um pouco de coragem para nos impormos e, mesmo assim, essa imposição não levar a lado nenhum a não ser ao mau ambiente familiar e a uma frustração ainda maior do “enquanto aqui morares...”. A vontade de agarrar nas coisas e fugir para deixar de morar e mandar na nossa vida. Quantos não concretizaram essa vontade acabando por ganhar novos traumas? Traumas de uma vida difícil, de um começar do zero, da fome, de não ter nada, de, sem a vida estabilizada que os pais tinham, conseguir dar-se a si mesmo aquilo pelo que “fugiram” de casa. Quantos voltaram atrás ficando a sentir-se ainda mais sem valor?
Ouço histórias, alguma semelhantes à minha, outras mais fáceis, outras mais difíceis, mas todas, à sua maneira, traumatizantes para quem as viveu. Hoje, com filhos, penso se um dia terei a coragem de saber que não seu eu quem sabe o que é melhor para eles; são eles próprios que o sabem, à sua maneira e, apenas necessitando de alguma orientação. Orientação e nunca imposição. Porque, se aqui moram, foi porque eu quis que morassem. Se aqui moram é porque não podem, por enquanto, morar noutro lado, e os meus sonhos foram meus. Aqueles que concretizei e os outros que me magoam. Meus. Os meus filhos terão os deles e, mesmo que eu não os compreenda e não ache que sejam os melhores sonhos, são os deles. Gostava de saber que os iriam realizar. Gostava de conseguir não lhes causar o trauma do “enquanto aqui morares...”
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