3.12.05

Exactamente sobre política!

(Este é inspirado no nosso caro ex-leitor clitorino que andou aqui tanto tempo dependurado que pode ser que tenha aprendido alguma coisa, embora eu esteja em crer que não!)

Minhas senhoras pois que isto vos é dedicado uma vez que a grande e vastíssima maioria dos homens (ou pelo menos daqueles que nos lêem) não atingem! Imaginai portanto o seguinte cenário idilicamente imaginado pela imaginação fértil aqui de serviço e depois pensai lá se gostaríeis que isto vos acontecesse… estais claro livres de pensar ou até dizer, perdão, escrever, que isto tudo é uma grande treta fruto de uma mente de uma gaja frustrada e mal fodida… mas pelo menos façais o obséquio de me ler! Ai… mas deixai-me lá mudar o tempo verbal antes que isto corra mal que estou para aqui a usar um que é nem sei bem qual!!

Ora bem vamos lá à carne, ou por outra… ao bife!

Entra em cena o amigo Tó Manel. Ora o Tó Manel é daqueles gajos bem parecidos que foi por assim dizer bafejado pela sorte genética de os ter todos no sítio. Estou a falar dos músculos pois claro! Ó o que estáveis a pensar?! Em relação a isso aí já lá chegaremos! Pois o Tó Manel é um tipo bem parecido sim senhora. Ele até acha que dá ares do amigo Tom, daquele do filme dos aviões tais a ver? Aquele que o Zé Mário até tem uma fotografia da gaja das mamas que o fodia no filme lá pespegada na parede ao lado dos urinóis lá na oficina? Já sabeis qual é? Pois o Tó Manel é assim pra modos que um Tom Cruise em versão tuga. O homem até anda na moda e tudo que a Clarisse dali do cabeleireiro da esquina tem um fraquinho por ele e anda sempre a dizer-lhe o que ele deve usar para andar na moda. Ela compra aquelas revistas que ensinam o povo a vestir-se bem e depois mostra-lhe o que ele há-de comprar. E o Tó Manel até tem um fornecedor certo porque no caminho entre a sua modesta casinha e a oficina onde trabalha mora uma família de ciganos e ele é amigo do Pepito já há muitos anos. E o Pepito até vai a Espanha buscar o material e tudo. Olhando para a bela camisola Hilfiger e calça Diesel e até o sapatinho bota da Timberland, pois olha que ninguém diria que é de segunda, que é como quem diz que é igual à primeira mas não tem o selo oficial da marca e custa dez vezes menos que o nosso amigo Tó Manel é um trabalhador esforçado mas ganha mal e porcamente, mesmo fazendo horas extraordinárias a limpar os carros das donas de casas com maridos preguiçosos que os deixam lá num estado lastimável (os carros não os maridos entenda-se!)

O Tó Manel é um sucesso ali no bairro. Com um olho verde que não deixa as moças indiferentes, com um andar descontraído e despreocupado mas sabendo que está a ser avaliado, o nosso Tó Manel sonha com a noite de sábado. Pois é nessa e só nessa que ele se transforma no que sente que é a sua verdadeira essência. Pois fiquem sabendo que ele é o rei do sábado à noite ali na Brandoa e arredores! E olhem minhas amigas que não é coisa pouca porque há muita concorrência ali por aqueles lados! (Enfim, digo eu que infelizmente não sei onde fica essa tal de Brandoa mas pelo nome deve ser um sítio catita!) Pois chegando à noite o nosso Tó Manel enfia-se no seu fato Armani de 2ª (e que nem se nota nada!), camisinha branca de seda com o peitinho depilado à mostra (sim que a Clarisse o convenceu que assim ficava melhor e ela coitada lá ganha mais uns cobres a dar cabo dos excessos capilares do Tó Manel). E lá vai o nosso homem para a night! Gel no cabelinho espetado e curto (sim que cabelos compridos é prós larilas dos motoqueiros que entre as pernas só apanham mesmo as suas próprias motas!), e a barba tão bem feita que nem se nota que algum dia a teve. A Clarisse fez um bom trabalho e o Tó sente-se confiante. Esta é a sua noite de sorte! O seu corpinho bem tratado que não é para qualquer uma meter o dente ou sequer a pata, esta noite irá ter o que me merece ou não se chame ele António Manuel Jesus de todos os Santos!

Logo no bar da Maria coxa, pois que a pobre da mulher tem mesmo uma perna mais curta que outra e também ela helas tem um fraquinho pelo nosso menino, aparecem logo em cena as desesperadas do costume. Marias, Alices, Cecílias, Luísas, Isabéis, Marianas pois não está logo na cara o que estas senhoras pretendem dum tipo como o Tó Manel?! Chupam-no até ao tutano e só com um olhar! Suas vampiras de carne fresca de homem fresco! Ele é que sabe o que estas mulheres andam todas à procura mas ele pode dar-se ao luxo de seleccionar pois claro! Adiante para a disco night que é na pista que o Tó mais brilha. Sim que o Pepito ciganito amigo de longa data ensinou-o a dançar de tal forma que ele quase se julga aquele Joaquim espanhol que não é o Joaquim do talho embora esse também fale espanhol porque andou uns tempos escondido do lado de lá da fronteira por causa de uns dinheiros mal parados que sem ele saber como foram parar lá à câmara frigorifica do talho dentro duma carcaça dum belo porco, e que desperdício de carne que foi aquele… mas já estou a divagar!

Vamos lá voltar à vaca fria, ou ao belo porco ou lá qual era a carne de que eu estava a falar! O Tó na pista é mesmo um ás e as senhoras que o seguem para todo o lado não podem deixar de imaginar como será este belo espécime na cama uma vez que os movimentos requeridos parecem estar todos lá! Tem ritmo sim senhora… agora até fiquei aqui um bocado embasbacada a visualizar os rodopios de quem sabe o que está a fazer com os pés e as pernas e as mãos e os braços e o resto do corpo todo.

Aparece então uma moça jeitosa que se senta discretamente na ponta do bar. O Tó de tão habituado que está à fauna daquelas paragens fica logo de antena no ar… Carne nova, sangue fresco! Quem será a bela moça que acabou agora de entrar. Muito discreta, bonita mas não excessivamente e sobretudo com um ar inteligente. Sim porque o Tó pode não ter grandes estudos mas gosta de falar com quem sabe dar troco. Para louras burras tinha a Clarisse ali do cabeleireiro com a vantagem que deixava de ter que pagar a depilação do peito e das pernas que lhe custa horrores (e suores quentes e frios também!)

Maria de seu nome (e lá poderia ser outra coisa, afinal somos ou não somos todas Marias?!) não se sentia demasiado à vontade ali. Não era noctívaga por natureza e só recentemente tinha cedido às pressões da mãe que já via a sua vida de futura avó a andar para trás por falta de candidato a progenitor do seu futuro neto. Maria sentada no bar a bebericar um martini dry (confesso que nem sei bem o que é, mas soou-me bem!) enquanto o Tó fazia as suas maravilhas na pista de dança. Até que cansado decidiu avançar. Perguntou a Maria se podia sentar-se ali ao lado e ela aceitou. O homem não a deixava indiferente, tinha um ar de qualquer coisa mais do que o resto da gente. Lembrava-lhe alguém mas ela não se recordava bem (ai tamos mal que a gaja não deve ter visto o Top Gun! Até parece mal!) O Tó pediu uma cerveja porque gostava de se manter na bebida ligeira. Porque precisava de se manter claro e coerente pró que desse e viesse. Depois de cumprimentados e mais ou menos introduzidos, Maria deixou-se levar pela conversa surpreendentemente diferente do Tó Manel. Lá as leituras das revistas que não eram as do Zé Mário mas das donas de casa que as deixavam nos carros que os maridos não limpavam, pois essas revistas tinham muita informação que ajudava o Tó a ter uma outra percepção da vida e do mundo! Conversa puxa conversa e o Tó lá ia dizendo que se sentia muito só e incompreendido. Que por azar pai e mãe tinham-lhe morrido e ele coitado teve que se agarrar à primeira oportunidade para se desenrascar na vida. E um vago padrinho tinha-o convidado para ir trabalhar lá para a oficina apesar dele achar que poderia ter sido muito mais. E olhai que um homem admitir que gostaria de ter sido muito mais do que é… olhai que é preciso tê-los no sítio! E agora tava mesmo a falar dos tomates! E o gajo era sincero quando dizia isto. Fosse pelo que fosse a verdade é que o tipo caiu nas graças dela. Depois de uns quantos martinis e de umas quantas cervejas já eram só olhinhos, os dele nos dela e vice-versa. A coisa estava a aquecer portanto.

Concordaram em mover-se para o apartamento dela até porque o Tó partilhava o sítio dele com o Zé Mário lá da oficina. Chegaram e consumaram o que os olhos de um e outro já pediam há umas horas. Ele até que não era mau amante. Deixou-se levar sem pressas e assegurou-se do orgasmo dela antes de se deixar levar ele pela tensão que sentia a crescer dentro de si (mas para dentro do preservativo que o Tó era tão respeitador da intimidade como da higiene dos outros). Ficou tão fascinado o Tó pela Maria dos olhos grandes e doces que lhe perguntou se podiam ver-se outra vez. Mas ela já saciada e achando que desta ainda não era de vez virou-se pra ele e disse-lhe: “Olha meu caro amigo… azar! Uma boa foda não faz uma boa relação!... Passasses muito bem e olha… nem penses em mandar postais que eu não vou ter tempo para os ler!”

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