Devia ter sido ontem, mas ontem não tive tempo. No entanto este blog é tão sensível às efemérides como qualquer outro
Era adolescente. Ouvi o meu pai a ler, enlevado, um poema de Fernando Pessoa à minha irmã mais velha e gostei das palavras. Não recordo o poema, sei que tinha o menino Jesus pelo meio.
O livro estava numa das prateleiras mais altas da estante e, uns dias depois, pedi ao meu pai autorização para o ler (geralmente não era preciso, mas eu tinha percebido que aquele era especial). O meu pai disse-me que não, que eu era muito pequena e que poesia não era o meu género.
Por conseguinte tive que esperar um dia em que fiquei sózinha em casa. Subi ao sofá e peguei no livro com cuidado. Durante aquela tarde fui lendo, abrindo páginas ao acaso, optando por textos que sentisse que me pertenciam. Ouvia, em alguns, a voz do meu pai e, noutros, a minha voz a dizer – com alguma perplexidade – as palavras lidas.
Depois disso nunca fui grande leitora de Fernando Pessoa, para lá da visita ocasional. Leio poesia, mas as minhas escolhas incidem, preponderantemente, em outros poetas. Porém, Fernando Pessoa foi a primeira poesia que eu amei.
O livro estava numa das prateleiras mais altas da estante e, uns dias depois, pedi ao meu pai autorização para o ler (geralmente não era preciso, mas eu tinha percebido que aquele era especial). O meu pai disse-me que não, que eu era muito pequena e que poesia não era o meu género.
Por conseguinte tive que esperar um dia em que fiquei sózinha em casa. Subi ao sofá e peguei no livro com cuidado. Durante aquela tarde fui lendo, abrindo páginas ao acaso, optando por textos que sentisse que me pertenciam. Ouvia, em alguns, a voz do meu pai e, noutros, a minha voz a dizer – com alguma perplexidade – as palavras lidas.
Depois disso nunca fui grande leitora de Fernando Pessoa, para lá da visita ocasional. Leio poesia, mas as minhas escolhas incidem, preponderantemente, em outros poetas. Porém, Fernando Pessoa foi a primeira poesia que eu amei.
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