Morte
Da trilogia Sexo, Amor e Morte ontem foi esta última que me escolheu como vítima de um sonho que não o chegou sequer a ser porque não cheguei a adormecer. Visiono muitas vezes a minha Morte (e chego a sonhar com Ela também). Eu não tenho medo de morrer apesar de intrinsecamente e como todos os seres humanos ou mesmo como todos os seres vivos não querer morrer. Este estado actual em que me encontro é o único que conheço e não sei o que haverá depois da Morte. Tenho uma enorme curiosidade em relação à Morte e mais especificamente em relação à decomposição do invólucro que me compõe.
Ontem sonhei que me estava a desfazer aos bocadinhos… primeiro começavam a saltar as unhas depois a pele em pequenos quadradinhos como se fossem flocos de neve… depois os bocados de carne vermelha e ensanguentada. Foi tão real a visão que até senti o cheiro nauseabundo do sangue que jorrava à medida que os bocados de carne se iam desprendendo de mim. Não tive medo daquela visão. Fiquei ali a olhar com a curiosidade mórbida de quem quer perceber o que se passa quando tudo acaba. Ontem acabei comigo assim… arrancando bocados de carne e músculo e gordura e intestinos e vísceras até só restarem os ossos. Brancos, estilhaçados, fragilizados pelas quedas e tombos grandes da Vida. Bastou um pequeno toque e os ossos estalados desfizeram-se em pó no meio duma nuvem de fumo.
Depois ficou só a caveira sem nada lá dentro a não ser duas bolas reluzentes. Duas bolas de bilhar. Dois números de Azar. Nem na Morte tive Sorte...
Ontem sonhei que me estava a desfazer aos bocadinhos… primeiro começavam a saltar as unhas depois a pele em pequenos quadradinhos como se fossem flocos de neve… depois os bocados de carne vermelha e ensanguentada. Foi tão real a visão que até senti o cheiro nauseabundo do sangue que jorrava à medida que os bocados de carne se iam desprendendo de mim. Não tive medo daquela visão. Fiquei ali a olhar com a curiosidade mórbida de quem quer perceber o que se passa quando tudo acaba. Ontem acabei comigo assim… arrancando bocados de carne e músculo e gordura e intestinos e vísceras até só restarem os ossos. Brancos, estilhaçados, fragilizados pelas quedas e tombos grandes da Vida. Bastou um pequeno toque e os ossos estalados desfizeram-se em pó no meio duma nuvem de fumo.
Depois ficou só a caveira sem nada lá dentro a não ser duas bolas reluzentes. Duas bolas de bilhar. Dois números de Azar. Nem na Morte tive Sorte...
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