19.1.06

Olha, azareco!

As três raparigas giríssimas despedem-se à beira do passeio. Ainda estão na fase do que bom que foi, gostei tanto de te ver e a contar as últimas histórias que se esqueceram durante as horas que passaram à mesa; coisa para mais meia hora, pelo menos, portanto.

O carro a sair do estacionamento em marcha-atrás toca numa delas. Ela bate nele com a carteira enquanto diz OH! OH!; afastam-se as três e o carro lá trava. Elas esquecem-se dele, mas ele não se esquece delas. Pára ao lado: não as queria atropelar, diz o condutor já entradote, de gel no cabelo, olho em bico e baba a escorrer, mas é que não as vi mesmo. Claro, responde uma delas e volta-se para as amigas.
Ele insiste, a baba a escorrer pelo vidro da janela meio aberta: seria um desperdício...
Elas voltam-lhe as costas e encolhem os ombros. Ele, finalmente, lá percebe e arranca de olho no retrovisor.
Estampa-se de encontro ao semáforo à frente: não foi um desperdício.

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