Tava aqui a ver
Já que é assunto do qual se fala muito e já que estamos entre mulheres e mesmo sendo assunto que não seja grato a algumas (esperando que não a todas) venho deste modo dar o meu contributo como cidadã deste miserável rectângulo e espetar a minha opinião no espaço público que aqui ocupo. Quem não gostar passe à frente, ou opine em contrário, ou reaja da maneira que bem entender desde que não fique indiferente! O que interessa neste momento é que as pessoas reclamem, e metam na cabeça que isto não é um problema individual e que se cheguem à frente na hora de votar!
Eu vou votar a favor da despenalização do aborto no próximo referendo. Conhecendo este país como conheço, se o "sim" ganhar até que as coisas se alterem de facto talvez isso venha a beneficiar a geração das nossas netas. Já li muita coisa sobre o assunto em muitos lados e na realidade não quero saber porque razão as pessoas tanto levam a peito uma situação que não lhes diz directamente respeito. O aborto não é um tema que diga respeito aos homens mas no entanto são eles que o legislam e como tal acham que têm que preservar qualquer coisa que sentem que deve ser preservada. Também não diz respeito às classes médias/altas até porque toda a gente sabe, e até conhece, mulheres com poder económico que dão um saltinho ali a Espanha e tratam do assunto sem grande espiga.
Eu voto a favor porque sei que ter um filho, mesmo que seja programado ao milímetro, não é fácil. Ninguém sabe o impacto que causa a vinda duma criança pela qual somos responsáveis no mínimo durante uns vinte anos. Ninguém pode dizer que arranja soluções fáceis para quando as crianças não são tudo aquilo que nós esperávamos e não nos proporcionam uma vida plena e mais tranquila e sei lá mais que baboseiras já eu ouvi dos que acham que devemos aceitar ter uma catrefada de filhos só porque podemos. Nesta sociedade em que vivemos, ninguém pode obrigar uma mulher a ser mãe. Em última análise, nem o estado pode obrigar uma mulher a ser mãe!
Claro que há mil maneiras de precaver uma gravidez indesejada e nós sabemos bem quais são. E também sabemos que essas mil maneiras também podem falhar e falham porque nenhum dos contraceptivos é 100% fiável. Mas um momento de prazer não pode, nem deve, condicionar toda uma vida. O argumento que eu percebo menos é aquele em que se diz que se a pessoa erra deve assumir os erros que cometeu. Neste caso em específico, a mulher que errou tem que carregar esse estigma e pagar por ele durante toda a vida caso venha a ter um filho que não desejou nem quer? E por mulheres que carregam estigmas estamos obviamente a falar das camadas mais desfavorecidas da população porque o dinheiro neste caso resolve mesmo o problema.
Pois discuta-se, reclame-se, inflamadamente ou nem por isso, mas espero que se vote! Que se mexam os reais traseiros que para comprar tabaco ou ir tomar um cafezinho ou seja o que for estão sempre prontos, mas para ajudar a liberalizar uma lei que está caduca face à condição da mulher como cidadã participativa de pleno direito numa sociedade que se quer progressiva, tá quieto ó real traseiro!
Eu vou votar a favor da despenalização do aborto no próximo referendo. Conhecendo este país como conheço, se o "sim" ganhar até que as coisas se alterem de facto talvez isso venha a beneficiar a geração das nossas netas. Já li muita coisa sobre o assunto em muitos lados e na realidade não quero saber porque razão as pessoas tanto levam a peito uma situação que não lhes diz directamente respeito. O aborto não é um tema que diga respeito aos homens mas no entanto são eles que o legislam e como tal acham que têm que preservar qualquer coisa que sentem que deve ser preservada. Também não diz respeito às classes médias/altas até porque toda a gente sabe, e até conhece, mulheres com poder económico que dão um saltinho ali a Espanha e tratam do assunto sem grande espiga.
Eu voto a favor porque sei que ter um filho, mesmo que seja programado ao milímetro, não é fácil. Ninguém sabe o impacto que causa a vinda duma criança pela qual somos responsáveis no mínimo durante uns vinte anos. Ninguém pode dizer que arranja soluções fáceis para quando as crianças não são tudo aquilo que nós esperávamos e não nos proporcionam uma vida plena e mais tranquila e sei lá mais que baboseiras já eu ouvi dos que acham que devemos aceitar ter uma catrefada de filhos só porque podemos. Nesta sociedade em que vivemos, ninguém pode obrigar uma mulher a ser mãe. Em última análise, nem o estado pode obrigar uma mulher a ser mãe!
Claro que há mil maneiras de precaver uma gravidez indesejada e nós sabemos bem quais são. E também sabemos que essas mil maneiras também podem falhar e falham porque nenhum dos contraceptivos é 100% fiável. Mas um momento de prazer não pode, nem deve, condicionar toda uma vida. O argumento que eu percebo menos é aquele em que se diz que se a pessoa erra deve assumir os erros que cometeu. Neste caso em específico, a mulher que errou tem que carregar esse estigma e pagar por ele durante toda a vida caso venha a ter um filho que não desejou nem quer? E por mulheres que carregam estigmas estamos obviamente a falar das camadas mais desfavorecidas da população porque o dinheiro neste caso resolve mesmo o problema.
Pois discuta-se, reclame-se, inflamadamente ou nem por isso, mas espero que se vote! Que se mexam os reais traseiros que para comprar tabaco ou ir tomar um cafezinho ou seja o que for estão sempre prontos, mas para ajudar a liberalizar uma lei que está caduca face à condição da mulher como cidadã participativa de pleno direito numa sociedade que se quer progressiva, tá quieto ó real traseiro!
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