18.9.06

Com a chave debaixo do tapete

Eu sei que tenho andado fugida, mas passo por cá todos os dias. Vejo que está nas melhores mãos e encosto-me aos vossos posts.
Isto de escrever tem que se lhe diga. Se estamos tristes, desiludidas, infelizes, magoadas, as palavras saem da alma, vêm com os sentimentos. Quando temos os olhinhos a brilhar de alegria, de contentamento, de ilusão, de felicidade, enchemos o post com o coração aos saltos. Quase que o brilho dos olhos salta cá para dentro. Mas e quando nos sentimos vazias, em alturas em que parece que nada sentimos? Parece que não se soltam as palavras, a escrita fica constrangida como nós, à espera, a bater o pé, a roer as unhas, a suspirar, a olhar os outros, a fumar um cigarro, de cabeça no ar, a jogar paciências.
Oscar Wilde sabia isto muito bem: Conversation about the weather is the last refuge of the unimaginative.

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