24.10.06

O gemido dos inocentes

Vem-te, vá! Vem-te! Não tenho pressa, não quero que te despaches, mas vais ter que te vir, meu cabrão, vem-te anda lá, eu trato do resto, podes ficar quieto só a pensar no assunto ou em nada, melhor ainda, rói braços, morde ombros, rasga pele, mas vem-te, que é para isso que aqui estamos. De orgasmos meus tratamos quando for ocasião, temos tempo, agora tratamos deste teu que vai ter que sair nem que me fures até à raiz do cérebro, nem que fiquemos aqui a vida inteira, mas que te hás-de vir, isso vai ter que acontecer. Quero que te venhas, é para isso que te fodo, para te moer o corpo todo, para te espremer por inteiro com se fosses uma laranja numa centrifugadora, sem sobrar casca ou caroço. Quero que te venhas sabes porquê? Não, não sabes, vocês homens nunca percebem, pensam que é para se despacharem que estamos fartas de levar com ele, nem penses que é assim, nunca me farto mas quero que te venhas. É que, sabes meu amor, quando te vens, naquele momento em que gemes e suspiras de falta de ar, eu sei, sei muito bem, todas sabemos mas não dizemos, nesse preciso momento, meu cabrão, meu amor, podia baixar a cabeça e, antes sequer de perceberes que te estava a morder os lábios com força demais, já te tinha arrancado metade da boca e o nariz à dentada. E, naquele segundo, nem davas por nada.

Mas depois era uma grande maçada estar de fio dental a tirar cartilagens dos dentes (desta vez ainda escapas).

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