9.5.07

Coisas luminosas I




Um bocado óbvia, mas cá vai: Verão.

Há muitos anos que passo o verão ali, no meio de amigos e alguma família. Acordar e vestir o bikini, enfiar uma túnica e umas havaianas, sair porta fora, tomar café, descer as escadas para a praia.
A barraca há-de estar cheia de coisas que pertencem a alguém, nunca sabemos muito bem a quem, interessa é que no fim do dia não fique lá nada (chegamos a casa com chapéus de outros miudos e T-shirts que pertencem a alguém que não a nós).
Tanta coisa e ninguém se lembrou de ir ao banheiro buscar as cadeiras e os brinquedos dos miúdos (murmuramos um "foda-se, sempre a mesma coisa" e vamos lá nós).
A areia está húmida apesar do sol estar fortíssimo, deitamo-nos na toalha a sentir o calor nos poros, cheios de preguiça de ir ao mar por sabermos a água fria, gelada.
Há gritos e risos de crianças à volta, sente-se a areia por entre os dedos dos pés e das mãos e é uma sensação boa, de praia, de verão, de sol, de calor.
Alguém (que não eu) há-de se sentir culpada por estar ali deitada e gritar "meninas, vamos fazer exercício" e " quem é que vem andar comigo?" e lá vamos pela beira da água, às vezes andamos quilómetros embaladas pela conversa, que aqueles passeios parecem puxar às confissões e ficamos a saber mais umas das outras do que numa noite inteira juntas. Umas param e fazem abdominais (eu sento-me na areia), o cheiro a mar é tão forte ali que parece querer fazer parte da nossa pele, ser carregado para sempre no nosso corpo como uma tatuagem invisível.


eu quando prometo gosto de cumprir, Leão

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