14.12.05

Há fumo no meu quarto

Mas não há fogo, nem fogacho, só um lume discreto.
Nunca fumo no quarto. Ultimamente, quase nunca. Quando estou doente, de cama, se puder fumar, saio do meu quarto antes de o fazer. Não gosto de cheirar o tabaco, no quarto.
Até gosto do cheiro de alguns tabacos, em algumas pessoas. Como o aroma a tabaco de cachimbo que se desprendia da roupa do meu pai, no fim de um dia de trabalho. Mas não nos lençóis, quando me deito.
Tenho sido atacada, amiúde, por uma maleita antiga, que só visitava o meu corpo de tempos (muitos) a tempos. A dificuldade em deslocar-me demove-me da ida à sala, ou à cozinha. Há uns anos deixava de fumar, nestas circunstãncias, sem grande sacrifício. Agora posso considerar-me uma fumadora, viciada, pelo que consigo fumar pouco; sofro, se não fumar.
Significa que perdi a força de vontade. Perda esta, forte o suficiente para deitar abaixo a minha sacro-santa lei de não se fumar no meu quarto. Sempre há uma força qualquer...

referer referrer referers referrers http_referer Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com