22.7.06

Uma letra faz toda a diferença

Pois hoje é que me chamaram a atenção ali no hiper da Alta onde eu até já fui caixa e com muito gosto antes do Jacinto ter topado o meu enorme potencial artístico que salta à vista desarmada e me ter feito cabeça de cartaz no Amarguinha Clube com muita honra e mérito. Não é que a outra Arlinda, a Mastro parece-me que é, me vai e me edita um livro logo nesta altura que eu estava a tentar dar um novo elan à minha carreira? Enfim, aparte o nome pois que fique bem claro que eu e ela não temos nada em comum que essa senhora tem idade para ser minha mãe e além disso é loura e estrábica e eu sou morena e boazuda.

Mas pronto, presto aqui o esclarecimento que me custa sempre ter que o admitir mas que não deixa de ser verdade apesar de não ter sido culpa minha, pois que de facto Arlinda é apenas o meu nome artístico que eu hoje ainda estou para saber o que foi que deu à minha querida mãezinha naquele preciso momento de hesitação entre escolher um "l" ou um "m" e me vai e me bota precisamente a letra no nome que nem eu nem ninguém com dois dedos de testa visionística escolheria de jeito e maneira nenhuma para uma filha ainda para mais uma com tanto potencial como eu.

É que qualquer ser humano racional perceberia a quantidade abismal de escalões sociais que se perdem ao fazer essa escolha entre o "l" e o "m" para a terceira letra do nome, ou não é? Sim que eu cá não conheço nenhuma socialaite que se chame Arminda! Ou pera lá que agora não me lembro qual é o nome real da Lili Canetas… sei que começa com um "A" mas o resto varreu-se-me totalmente. Bom mas isso agora também não interessa porque essa senhora já vai três ou quatro gerações à frente da nossa.

Voltando aqui ao meu caso, pois Arminda não é coisa que se apresente em palco nenhum do mundo até porque Arlinda tem uma sonoridade completamente diferente. Faz lembrar "ar de linda" e é no "linda" que está presente a força do que não há que enganar que uma pessoa com este nome foi mesmo fadada para as lides artísticas pois que até eu tenho que admitir que a Arlinda Mastro tem o seu quê pois que divide o seu tempo entre os palcos de Lisboa, Paris e a Bela Horizontal.

Ainda por cima "minda" é uma coisa assim meio coxa… tipo dedo mindinho, escondido e enfezadito e enfezada é coisa que eu nunca fui nem sou portanto não percebo porque diabos a minha mãezinha não acertou logo no meu nome à primeira e obrigou-me assim a viver toda a minha infância e juventude à espera do estrelato para finalmente puder trocar o maldito "m" pelo belo, fantástico e maravilhoso "l" e desde que o fiz a minha vida tem sido bafejada pela sorte e de tal forma que me pergunto o quão diferente teria sido ela, a minha vida, caso tivesse começado logo com a letra certa!

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