Uma às três
Almoçamo-nos ali no banco da frente do carro estacionado no parque das Docas. Sempre o mesmo sítio, lá para o fundo, frente a um armazém. Fico a olhar para os vidros partidos, a atenção quebrada nas tuas mãos mergulhadas no meio das minhas pernas. Puxas-me os lados para os lados, a frente para a frente, o atrás para atrás, organizas-me em voltinhas e passeios, maratonas-me em corridas de obstáculos e sprints finais. Eu grito, pára, pára, agora mesmo, não continues, pára! E não percebo porque é que ficas tão indignado quando te respondo, a rir, não, não é isso, deixaste-me foi aflitinha para mijar.
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