fico parva
À porta do café, no centro comercial, três figuras: um pai, uma mãe e um filho. De súbito a mãe deu uma valente canelada no miúdo. Como ele gritou (uivou!), ela esbofeteou-o. O pai ficou ali, a tentar calar a criança, que chorava e justificava o seu choro com insistentes «mas ela é que me bateu...». Pouco depois vi a mãe: com expressão agastada, dentro do café, descalçava o seu sapato bicudo de salto agulha para esfregar o pé dorido. Depois voltou atrás e repreendeu o pai por este ter consolado o rapazinho. Quando um dos meus filhos me perguntou o que se tinha passado, fiz questão de lhe explicar tudo com muitos gestos e de ser muito mal-educada, apontando várias vezes para a senhora. Aparentemente não fui bem sucedida no meu intuito, porque ela, assistindo à minha representação, não revelou ter ficado nem um pouco envergonhada.
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