23.11.06

Ode à língua



Língua brincalhona, provocante e provocatória, cobra mal dissimulada que se esconde e se mostra nos momentos menos propícios… Ei-la que espreita vencedora sobre a recompensa que se abre e se desnuda. Tem outras funções esta língua mal acabada, e outras mais nobres que esta que agora se vislumbra, mas é sobre a recompensa que ela gulosa se precipita e não deixará o espólio cair nas mãos alheias!

Sobe e desce e retorce-se e mostra que serve para mais, muito mais, do que para sorver o líquido quente e espesso que escorre abundante da maior fonte de vida. Ela própria molda o recipiente dourado de onde brota o néctar divino. Ela própria electriza as paredes flutuantes que se intumescem à sua passagem viscosa. Brinca, comichosa, com o latejar que sente por trás do mel que recolhe…

(Mas agora vou ter que ir pô-la a arejar que ninguém me manda estar aqui a inventar e de repente desatar a salivar!)

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