Menáge à trois
Ontem, como em muitas noites antes e provavelmente como em muitas noites que virão depois, tive a companhia das minhas amigas Insónia e Solidão. Normalmente não pedem para entrar, e fazem-se convidadas sobretudo quando não estou ocupada. A Solidão chega primeiro, enchendo todo o espaço à sua volta, com aquela arrogância de quem sabe onde se mete e com quem se mete. Somos amigas de longa data já mesmo do período em que eu vivia acompanhada. Nessa altura ela explicou-me que não era companhia apenas de quem vivia só e isso deixou-me um bocadinho mais reconfortada.
A Insónia vem sempre depois, já a noite vai bem lançada e eu em amena cavaqueira com a Solidão. É um bocado inconstante porque nunca tem horas para aparecer. É conforme lhe apetece. Assim que se instala é uma chatice porque depois já ninguém tem sossego e até os vizinhos reclamam da barulheira que vai cá para baixo. E até acho que tenho mas é que trocar o colchão que as molas já reclamam de tanta volta que levam no lombo, ou do lombo que tanta volta dá em cima delas.
Os meus vizinhos devem achar que as minhas noites são melhores do que as deles porque quando os cruzo no elevador lançam-me sempre daqueles sorrisinhos malandrecos possivelmente induzidos pelo meu ar algo estremunhado e amarfanhado de tantas pancadas que dou nas almofadas e nas molas do colchão, coitadas sempre têm motivo para reclamar, que ontem até me lembrei que a Catarina Furtado (outra mulher bonita dessas que se materializam no meu pensamento e infelizmente ficam-se só mesmo por aí), pois como eu ia dizendo a Catarina Furtado parece que faz publicidade a uns colchões que trabalham o corpo todo sem a gente ter que se mexer (equipados com o sistema de molas entrelaçadas mutielastic! E viva o luxo!) e até podia ser que o raiosparta do colchão supersónico da Catarina me desse porrada à puta da Insónia para ver se ela ia mas era procurar companhia noutras paragens que tanta noite a aturar os seus ímpetos já cansa e eu não vou propriamente para nova!
Assim sempre me deixava ficar aqui sozinha com a Solidão que essa já é velha amiga e a gente entretém-se mais as duas que a outra é demasiado reboliça para o meu gosto. E de qualquer forma nunca gostei cá de menáges que isso é coisa do imaginário erótico masculino e eu sempre fui mais adepta do one-on-one que a gente atrapalha-se menos e concentra-se mais na parceira que tem de lado, ou na frente, ou por trás ou seja lá como for a preferência de cada uma. E nisso a Solidão é do mais flexível que há porque repete sempre tudo o que lhe dizemos incluindo a célebre frase: "Foi tão bom para ti como para mim?" ao que respondemos as duas em coro: "Sim!"
A Insónia vem sempre depois, já a noite vai bem lançada e eu em amena cavaqueira com a Solidão. É um bocado inconstante porque nunca tem horas para aparecer. É conforme lhe apetece. Assim que se instala é uma chatice porque depois já ninguém tem sossego e até os vizinhos reclamam da barulheira que vai cá para baixo. E até acho que tenho mas é que trocar o colchão que as molas já reclamam de tanta volta que levam no lombo, ou do lombo que tanta volta dá em cima delas.
Os meus vizinhos devem achar que as minhas noites são melhores do que as deles porque quando os cruzo no elevador lançam-me sempre daqueles sorrisinhos malandrecos possivelmente induzidos pelo meu ar algo estremunhado e amarfanhado de tantas pancadas que dou nas almofadas e nas molas do colchão, coitadas sempre têm motivo para reclamar, que ontem até me lembrei que a Catarina Furtado (outra mulher bonita dessas que se materializam no meu pensamento e infelizmente ficam-se só mesmo por aí), pois como eu ia dizendo a Catarina Furtado parece que faz publicidade a uns colchões que trabalham o corpo todo sem a gente ter que se mexer (equipados com o sistema de molas entrelaçadas mutielastic! E viva o luxo!) e até podia ser que o raiosparta do colchão supersónico da Catarina me desse porrada à puta da Insónia para ver se ela ia mas era procurar companhia noutras paragens que tanta noite a aturar os seus ímpetos já cansa e eu não vou propriamente para nova!
Assim sempre me deixava ficar aqui sozinha com a Solidão que essa já é velha amiga e a gente entretém-se mais as duas que a outra é demasiado reboliça para o meu gosto. E de qualquer forma nunca gostei cá de menáges que isso é coisa do imaginário erótico masculino e eu sempre fui mais adepta do one-on-one que a gente atrapalha-se menos e concentra-se mais na parceira que tem de lado, ou na frente, ou por trás ou seja lá como for a preferência de cada uma. E nisso a Solidão é do mais flexível que há porque repete sempre tudo o que lhe dizemos incluindo a célebre frase: "Foi tão bom para ti como para mim?" ao que respondemos as duas em coro: "Sim!"
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