4.12.06

Não sei

Nem ninguém sabe de onde vem a morte. Pode vir de qualquer lado e a qualquer altura. E às vezes sentimo-la a rondar-nos e a rondar aqueles de quem mais gostamos. E às vezes sentimos mesmo o vazio da sua crueldade ao roubar-nos uma luz que nos aquecia e nos iluminava o caminho. A morte nunca se espera. Apenas vem. Sempre quando não convém, nunca convém. Rouba sempre alguém que fazia falta, que nos fazia falta. É sempre impiedosa, cruel, impaciente e acima de tudo imbatível.

Talvez a morte more mesmo dentro de nós e a vida seja apenas uma luta constante contra o seu surgimento. Talvez esteja já lá, dormente, à espera dum momento qualquer para se vingar da vida. E para causar sofrimento aos que se encontram dependentes daquela vida.

Não acredito na reencarnação, não acredito que as almas perdurem para além da sua existência física. Acredito que o que faz de nós unos e distintos acaba no dia em que a morte se manifesta. Tudo o que fomos, o que somos e sobretudo o que nunca seremos termina ali. É um ponto final para nós e um ponto sem fim para os outros que desesperados se agarrarão ao vazio de algo que já não é… e se esvairão em lágrimas numa tristeza sem fim…

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