1.3.07

Às vezes o passado volta para nos bater na cabeça

Hoje é um dia relevante para mim, é um aniversário muito especial devido a uma opção que tomei também ela muito especial que se provou carregada de consequências, as quais com algumas soube lidar, mas com outras não. Hoje é um dia em que o passado se torna importante para mim, porque me ajuda a tentar entender o porquê do meu presente, mesmo que o meu futuro continue uma gigantesca incógnita.

Os "se"s podem ser exercícios fúteis mas são necessários para balizarmos as causas e consequências das nossas opções. Se não projectássemos nada, nem aprendêssemos com os nossos erros, viveríamos apenas no presente e como todos aqui sabemos, ninguém se limita a viver assim, ou pelo menos não quem quer ter uma voz activa e participativa ao leme do barco que consiste a sua vida.

Eu acredito que na vida tem que haver um fio condutor. Tem que haver um ponto de partida e um caminho traçado. Tem que haver objectivos e metas a alcançar. Temos que acreditar que estamos a lutar para chegar a algum lado, para alcançarmos algo que ainda nos falta, e não estou obviamente a falar em termos financeiros, embora esses sejam motivos válidos e suficientes para alguns (e viva o consumismo!) Faz parte do ser humano sentir uma certa insatisfação em relação aquilo que é. E ambicionar ser melhor do que é. Não para poder dizer que é melhor do que os outros, mas para sentir que é melhor do que já foi.

Gostava um dia de puder dizer que sou melhor pessoa do que já fui, mas não posso ajuizar sobre aquilo que sou. São os outros que me julgarão pelos meus actos e pelas minhas opções. Sujeito-me ao seu julgamento, assim como me sujeito à sua aprovação e por vezes até à sua rejeição porque nem sempre conseguimos agradar a todos. Os outros são as margens deste mar tempestuoso no qual navego tentando não naufragar. E quando se apaga um farol convém podermos orientar-nos por outros…

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