1.11.05

para o feriado: conto infantil sobre a vida imaginária dos animais domesticados

Era uma vez um marsápio. Os marsápios, como o seu nome quase indica, são da família dos marsupiais, só que bastante mais pequenos que os cangurus. O marsápio, nesta história, era uma fêmea; uma marsápia, portanto. Tratando-se de uma marsápia tinha, naturalmente, uma bolsa e, já que tinha uma bolsa, esta ostentava o seu nome. Marsápia, rezava a trama a ponto cruz, encimada pela bandeira de Portugal, que a marsápia era patriótica e temente a Deus.
Saltava Marsápia pela planície, veloz e graciosamente, quando, de súbito, estacou.
Aaaaaiiiiii soltou um grito estridente.
Ai. O rato, petrificado à sua frente, nunca tinha visto uma gaja daquelas.
...iiiiii! o guincho da marsápia ressoava ainda, ecoando até Ayers Rock.
Lesto, o rato saltou para a bolsa da bicha. Ela protestou e estrebuchou um bocadito, mas lá o deixou encaixar-se. Seguiram caminho juntos e, mal chegaram à terra, celebrou-se o casamento.
Foi uma união feliz: o rato consolado da vida, no aconchego morno e manso, sem imprevisibilidades; a marsápia toda contentinha, por ter um marido de bolso.

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