12.6.07

Fim

Acaba como começa. Um espaço de amigas e para as nossas amigas. Tão simples e limpo quanto isto.

O nosso obrigada a todos os que gentilmente nos acompanharam durante este tempo.

10.6.07

agora que finalmente li os comentários...

Jaime estava casado e tinha um bom casamento. Faltava-lhe alguma coisa. Dizia que a intensidade, mas não, não era bem isso. Ela era uma boa mulher, sempre alegre, e dava conta do recado. Uma daquelas pessoas prgmáticas, para quem lacunas de comunhão espiritual não eram sequer apreensíveis. Contentava-se com uma família, dois filhos, basto desafogo económico, umas jantaradas, férias na praia e na neve. Invejável, portanto.
Então Jaime apaixonou-se. Não sabia se era amor, porque amor já tinha em casa, mas havia uma união, um entendimento, que até ali não soubera possíveis. Ficou muito atrapalhado e carente de compreensão. Todas as semanas se reunia com um grupo de amigos de longa data, que confidenciavam tudo uns aos outros. Já nem abria a boca, nestes encontros, tal era o receio do julgamento. Surgiu o dia em que foi espicaçado e então contou: tinha-se apaixonado e estava a ser difícil para ele lidar com a traição.
As mulheres do grupo dividiram-se entre a ternura e a reprovação. Os homens perguntaram já houve sexo? O não foi acolhido por uma gargalhada e, disseram, então não tinha importância alguma: sem sexo não há traição. O meu amigo ficou desapontado com a falta de empatia que o seu drama mereceu, mas também vagamente consolado, porque afinal estava tudo bem. Parecia.
São inúmeros os casos que conhecemos de romances entre pessoas comprometidas que nunca chegam a ver consumação no plano físico. Para as mulheres, as que conheço, a infidelidade é igual, e o compromisso amoroso tão forte pela sedução ou pelas declarações amorosas que o sexo já só vem diluir a fixação. Mas para os homens que se dizem fieis, aparentemente, tudo é permitido, desde que não se chegue ao sexo, pois aí já há traição. Por isso não me venha dizer, Leãozinho, que os homens podem perfeitamente amar uma mulher e ir para a cama com outra. Isso, pelo que tenho assistido, só é pacífico quando a outra é a legítima.

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8.6.07

Coisas luminosas III

A expectativa.

Melhor que sexo, amor, beijinhos, só a expectativa de tudo isso. Ou seja, aquela parte da coisa que é imaginada por nós e depois, ainda que nunca vá ser exactamente como a imaginámos, vai no fundo ser a base de tudo aquilo que teremos.

Daí que desanconselho o sexo no primeiro encontro (a minha última relação acabou sem ter começado assim) e hipotetiso mesmo sobre a quantidade de encontros que duas pessoas devem ter até consumarem a relação (teoricamente, um milhão seria o ideal).

Isto porque no fundo duas pessoas antes de terem uma relação amorosa precisarão sempre da imaginar e será dessa relação imaginada que irá fluir a relação verdadeira. Sem esta, será apenas como uma casa sem paredes mestras. Verdade é que até se poderá manter (se não vierem abalos de maior) mas o mais certo será cair à primeira rajada.

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6.6.07

fumar mata

Havia, ainda, luz parada no horizonte. Acendeu o isqueiro. Amanhã deixo de fumar. Inspirou, sem sofreguidão, o princípio do último cigarro. Encostada à janela semi-aberta lembrou o absurdo de ter pensado morrer de tristeza. De joelhos em cima do banco, encostou melhor o ombro ao caixilho, para espreitar o azul aberto da noite lá em cima, a noite que finalmente chegava tão tarde. A janela deslizou na calha, o corpo dsequilibrou-se para fora. Debateu-se, agarrada ao parapeito.
No dia seguinte ninguém percebeu o cigarro entre os dedos, perto do rosto. O mais estranho era a cinza não se ter desfeito na queda, um cilindro perfeito sobre o pavimento.
Afinal morri, pensou ela a sorrir para o cigarro aceso. Mas sempre fumava, como um justo condenado, o seu último cigarro. Nenhum lhe soube tão bem.

Fui seguida por uma loura!

É, a notícia do dia (enfim, já é de ontem mas aqui o blogo-coiso não cooperou portanto passa a ser de hoje), uma loura seguiu-me pela segunda circular afora e eu ia-me espetando porque não conseguia deixar de olhar pró espelho em vez de olhar para a estrada como convém. Já sei que virão para aí bastos leitores dizer que esse é um exercício que praticam todos os dias, sem acidentes para os próprios e os demais, mas haveis de desculpar-me a falta de experiência que não tou assim habituada a conduzir a olhar para o espelho para ver quem vem na minha retaguarda.

Tive tempo para lhe tirar as medidas, e que medidas ó senhores, mas a loura era bombástica e vinha num descapotável, não me pergunteis é a marca porque eu cá não pesco nada de automóveis e só me interessa que andem. Aliás cá vai mais um ponto prós nossos senhores leitores que de certeza por esta altura saberiam a marca e o modelo do dito, mas lá está, falta de experiência a minha nestas andanças em que sou novata e também confesso que em toda a minha vida nunca me tinha acontecido ser assim seguida por uma loura avassaladora!

Mas a mulher vinha mesmo atrás de mim, a fazer-me sinais de luzes e tudo, assim mesmo encostadinha ao meu pára-choques traseiro. Ainda pensei em travar mas depois em calhando a loura partia-se toda em cima de mim e não dava muito jeito que um corpo daqueles quer-se inteiro, e nem sequer falo por mim que eu cá não me importava nada se ela se partisse toda em cima de mim.

Portanto lá fui seguindo meio atarantada e sem saber como reagir, os senhores leitores têm que me dar umas dicas que prá próxima quero estar mais bem preparada, até que ali já quase a chegar ao aeroporto a loura faz-me uma ultrapassagem em rasante que me ia arrancando um espelho e pimba, vai de se pôr à minha frente e trava-me com os quatro piscas ligados e tudo. Bem eu às tantas já tava era a ver a minha vida a andar para trás que podia ser alguma ex-namorada de alguma menina com quem eu me tivesse metido numa dessas noites de copos, ou a menina comigo que eu cá a bem dizer não costumo meter-me com ninguém, elas é que vêm sempre ter comigo… e a loura vinha assim um bocadinho a modos que pró danada e eu já só pensava era se teria onde me enfiar com medo que ela me viesse bater.

Abre-me a porta do carro e vai por ali fora a insultar-me de ó-sua-estúpida para baixo porque… eu tinha um pneu furado e nem dei por nada! Que haveria eu de dizer senão que me tinha perdido nos olhos dela e nem reparei que o carro tava assim a modos que a manco. Consegui arrancar-lhe um sorriso e lá me dispus a trocar o raio do pneu, pois que remédio. Ainda lhe perguntei se ela me ajudaria, ou pelo menos se ficaria por ali a assistir que isto uma gaja trabalha sempre melhor sabendo que tem uma assistência tão bombástica mas ela lá me disse que ajudar-me não podia, por causa das unhas e coiso-e-tal, mas ainda me deu um beijo e desejou-me boa sorte e foi-se embora a sorrir e eu pois… podia ter sido tudo tão diferente não era meus senhores? Preciso urgentemente de me actualizar aí nas vossas artes de não deixar fugir uma loura bombástica que se atravessa à nossa frente numa tarde de trânsito na segunda circular.

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4.6.07

pequeno aparte meio snob

Acho um piadão que a minha empregada doméstica seja uma giraça a quem muitas vezes cobiço os sapatos.

O segredo

para a relação amorosa ideal é ambos os membros do casal serem cegos, surdos e mudos (figurativamente falando, claro).

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3.6.07

Porque o céu é feito de estrelas



Nunca me arrependerei de ter enveredado por este caminho, dos blogs, por muitas voltas que a minha vida tenha dado. Como todos sabem e já por isso terão passado, aqui há de tudo, desde o melhor ao pior. Mas o melhor compensa, e muito, o que há de pior. Claro que ataques anónimos à nossa integridade física e à dos que de nós dependem são um dos extremos mais rudes e baixos, para além de abjectos e cobardes. E pode até não ser por nós, temerários que somos sempre com a mania que nada nos afecta nem nos toca porque nos sentimos imortais e invioláveis. Mas por eles sim, tememos. Porque eles são indefesos e só nos têm a nós como garante da sua segurança e integridade. Quem nos golpeia pode até não perceber o que está por trás das pessoas que nós somos. Há mundos e vidas que não se passam sem nós, ou por outra, passar até passam mas nunca mais serão os mesmos… nem nós descansaremos no além se soubermos que eles não ficaram cá bem.

Quem nos ataca ataca-nos como um todo. Fere-nos em grupo, com danos colaterais dos quais não tem nem ideia. Eu protesto porque não tenho medo e porque gosto demais das estrelas que conheci por aqui, e não quero deixá-las apagar-se do céu que imaginei! Lutarei e defenderei os meus amores, todos eles que conquistei ao longo destes anos. Há pessoas que merecem um mundo e há quem não mereça o ar que respira pelo mal que nos faz. A Internet só devia ser acessível por quem é do bem, e nos quer bem.

Hoje rezo às estrelinhas que brilham na minha constelação emocional… para que nunca se apaguem, para que continuem a brilhar sempre ali, meus fios condutores, linhas orientadoras, luzes da minha luz… amo-vos e estou-vos eternamente grata por tudo e o que eu puder fazer para dar cabo dos buracos negros que se intrometem na nossa via láctea, assim o farei.

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2.6.07

o amor é um tubérculo


O meu coração palpita como uma batata crua.

1.6.07

Citações

"Fuck me bad once, shame on you. Fuck me bad twice, shame on me."

Samantha, Sex and the city

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