31.5.07

E vós sois promíscuos?

Li algures num sítio que agora não me lembra que a OMS considera que uma pessoa é promíscua se num determinado ano tiver mais do que três parceiros sexuais diferentes. Independentemente da orientação sexual da dita cuja pessoa.

Portantos meus amigos e amigas, euzinha não sou uma gaja promíscua se bem que estou-me um bocado nas tintas para quem acha que as lésbicas andam-se todas a lamber umas às outras de forma salteada e descomplexada. A única coisa que me interessa reter neste momento é que eu não sou nem nunca fui promíscua e mai nada! E em toda a minha vida toda só houve um anito em que superei essa marca mítica de mais de três parceiros sexuais e por acaso esse até foi um dos piores anos da minha vida pois que eu sinceramente digo-vos e confesso-vos que não sou gaja de confusões, não gosto mesmo nada, prontos, é isso!

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30.5.07

Voltas do mundo, janelas da vida, pontos no ecrã...

Uma amiga minha costumava dizer que "num fundo todo negro há sempre um pontinho branco", mas porra! às vezes são mesmo difíceis de ver os estupores dos pontos!

Aborrecem-me as voltas e as portas que se fecham e as janelas que se abrem.
Será que Deus não se apercebe que, por vezes, abre janelas lá para cima do 5º andar que temos de descer a pulso e com o perigo a espreitar a cada instante. Arrisco-me a dizer que é coisa que nem os melhores alpinistas tentariam fazer, mas nós, nós comuns mortais temos de, de vez em quando, arriscar nos alpinismos da vida sem podermos desistir.

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29.5.07

É que eu tenho esta mania!

este não é seteais mas olha que assim de repente até que é mais o género de coisa que eu tinha em mente

Tenho esta estúpida e obstinada mania que as relações amorosas são como as casas. A gente um dia encontra uma bela pessoa, se é homem ou mulher não interessa muito ao caso e nem sequer é de grande relevância nos dias que correm excepto para aqueles mais tacanhos de espírito que ainda acham que é preciso um de cada género para fazer a coisa funcionar quando a gente que já experimentou outras vias sabe mais que perfeitamente que não é bem assim… e depois queremos construir algo com essa pessoa porque nos motiva brutalmente e sabemos que temos ali algo que pode não ter passado, mas tá muito presente e queremos que seja alicerce do nosso futuro. Portanto puxa do martelo aqui, saca daquela coisa que se usa para pôr argamassa nos tijolos que agora não me lembra do nome… e pumba! Vamos por ali fora amando e construindo, tijolo sobre tijolo com a argamassa mais ó menos consistente ali pelo meio que de vez em quando a gente até tá distraída com outras coisas e depois deixamos por ali uns espacinhos em branco que na altura até não se nota mas que depois é que são elas!

E assim contentes da vida vamos por ali fora, sempre a subir em direcção ao tecto e um dia lá consideramos a nossa casinha, vida a dois, construída e depois deitamo-nos à sombra da bananeira, que é como quem diz na caminha dentro da casinha tão lindinha e tão aconchegadorazinha e depois um belo dia sem a gente dar por nada, ou às vezes até damos pelas infiltraçõezitas e humidades que começam a deixar nódoas nas paredes e rachinhas a aparecerem por aqui e por ali mas a gente até nem liga muito porque acha que a casa é suficientemente sólida para aguentar umas merdinhas de rachas e humidades e coisa e tal… e pumba! Eis senão quando a argamassa se transforma em cuspo e lá vem a casa abaixo e como nunca temos sorte nenhuma nestas coisas em calhando levamos sempre com uma catrefada de tijolos nas trombas ou nos cornos que de repente até nos apercebemos que temos… e ficamos assim a modos que um bocadito amofinadas porque aquela cena toda deu uma trabalheira do caraças e assim vir tudo abaixo dum momento para o outro é triste, muito triste, mas é mesmo assim que a vida é.

Agora depois de já estarmos assim um bocadito estraçalhadas pela queda dos destroços e do pó acumulado e tudo o resto que este género de demolições implica… o que continua a espantar-me enormemente é esta estúpida vontade risonha em mim de querer continuar a construir a casa dos meus sonhos com alguém que a imagine de igual forma. É do caraças pois é porque de repente já peguei no belo do capacete de empreiteiro e já fui ali à loja perguntar o preço dos materiais e até tenho carta branca e tudo e eu fico assim… ora bolas para esta merda toda… porque eu quero é pegar nessa pessoa especial que de repente se atravessou na minha vida e construir para ela o palácio mais maravilhoso de todos os tempos… assim tipo Seteais mas mais repleto de guturais uis do que angustiados ais… é uma grande chatice esta pois claro, mas eu começo a achar que sou da família dos construtores empedernidos, daqueles que quando não têm mais nada para construir deitam tudo abaixo para fazer de novo, em maior e em melhor!

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28.5.07

Os nossos problemas ridículos...

Todos os dias temos duas escolhas acordar com a sensação que nada muda, que tudo fica igual; com o desânimo da desistência... baixar os braços e irmos para a rotina da sobrevivência infeliz que nos mantém vivos. Ou acordar com a convicção que hoje vai ser um dia melhor, que vamos fazer por isso, que vamos colocar um sorriso nos lábios arregaçar as mangas e tentar resolver os problemas que cá estavam ontem. Se, no final do dia, os problemas ainda cá estiverem, pelo menos deitamo-nos com o sorriso de ter feito alguma coisa, de ter lutado e, de sabermos que, amanhã, vamos ter a coragem para continuar essa luta. Assim, os problemas deixados para trás vão diminuindo, os problemas para resolver por dia vão desaparecendo e, um dia, quem sabe, o sorriso será genuíno e pensaremos apenas: está tudo bem hoje, vou lutar para que assim continue.
É uma teoria muito boa. A sério. O desânimo leva-nos a que nem sempre funcione, mas o desânimo não devia existir porque nos faz desistir. Tenho andado nessa fase de desânimo, apesar de saber que está errada e às vezes a vida torna-se irónica e faz-nos sentir parvos. Parvos por nos estarmos a preocupar com coisas “pequenas” quando há outras maiores a acontecer ao nosso lado. É a tal coisa da "teoria da relatividade" que nos afecta dia-a-dia. Sem termos de comparação, sem nos metermos na pele alheia, os nossos problemas parecem sempre enormes, quando comparados tornam-se, por vezes, ridiculamente pequenos e fazem-nos sentir estúpidos e, por vezes, (erradamente) culpados.
Quando uma amiga nos diz que tem o pai em coma, a nossa preocupação mesquinha com a ausência dela faz-nos sentir estúpidos. Os nossos problemas tornam-se pequenos e as nossas preocupações transformam-se noutras projectadas nas preocupações de quem amamos e queremos proteger e ver sempre feliz.

Ela não me lê aqui, mesmo que lê-se os seus dias passados no hospital a zelar pelo pai e pela família não a iam permitir ler, mas este post é para ela. E se acreditarmos nas energias positivas (e negativas) que se libertam à distância, pode ser que faça alguma coisa... A mim, pelo menos, sabe bem o desabafo.

26.5.07

sábados de trabalho

Preguiça! Apetecia-me qualquer coisa salgadinha. Tostas com brie. Folhados de espinafres com chèvre gratinado e salada de tomate com rúcola e mangericão. Azeitonas temperadas com alho, pimentão doce e azeite. Palitos daqueles com pedras de sal coladas. Batatas fritas cortadas de fresco e mergulhadas em maionnaise com coentros. Cabrito assado com batatas a murro.
Penso no meu filho, o esperto, que se mantém entretido com simples macacos do nariz.

descubra as diferenças

Na experiência das diversas modalidades de desaire amoroso, constato um comportamento radicalmente diferente entre mulheres e homens. O desgosto pode ser motivado pela ausência de reciprocidade, pela vivência de amores impossíveis, pelo desencontro de almas ou personalidades, até pela ausência de um objecto de atenção que mova o sujeito em causa.
Invariavelmente, mostra-me a observação, as mulheres tornam-se disfuncionais. A sua performance nas diferentes vertentes do quotidiano diminui, a atenção desfoca-se no trabalho, tudo parece sujeitar-se àquela suposta, e narcísica, incompetência. Curiosamente, o mesmo não acontece aos homens. Perante uma situação desta natureza, os homens parecem ser capazes de uma compartimentação eficaz, em que os campos de actuação se afiguram estanques e até com medidas de compensação mútuas. O trabalho não se ressente, podendo tornar-se até um escape, um alvo de dedicação, a prova da sua integridade, afinal. Os amigos tornam-se mais presentes, multiplicam-se as estratégias de procura de prazeres epicuristas.
Quais as causas? Talvez seja a mulher vocacionada para amar alguém, e nessa ausência resida a sua incompletude. Na faculdade de permanecer inteiro, o homem revela assim ser capaz de um saudável egoísmo. Que inveja.

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25.5.07

Uma questão de querer

Começo a acreditar que efectivamente querer é poder. A minha vontade é capaz de muito mais do que eu supunha e apenas porque acreditei que tudo podia superar aquilo que já tinha. É verdade que me atiro sempre de cabeça e de olhos fechados, porque acredito sempre, e confio sempre e não tenho nem nunca tive pejo nem medo de trocar o certo pelo incerto.

Acreditar vale a pena, acreditar em nós, acreditar nos outros, acreditar na vida e no amor, vale sempre a pena! Podemos enganar-nos umas poucas de vezes mas um dia o sol amanhece dentro de nós e apesar dos temporais que arrasam o resto da humanidade lá fora, sabemos (e sentimos) que temos esta capacidade supra humana de sermos unos com as estrelas, com os deuses, e com as almas que se atravessaram com a nossa em todos os passados, presentes e futuros que coabitam dentro de nós!

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24.5.07

Seguindo os bons exemplos

E os bons exemplos, já dizia a minha avó, vêm de Oxford:

"Pilar, rapariga de carnes bem compostinhas, 28 anos, Empregada de Andar em hotel de categoria e estudante do 12º à noite, procura homem para relação pouco (ou mesmo nada) séria. Pode ser licenciado, desde que seja em Educação Física.
Obrigatório: nível de testosterona acima da média, corpinho bem torneado e ser praticante de musculação.
Preferência por homens cultos (que saibam ler), nada interessados em política e que achem que partido é o que vai acontecer áquele tipo que nos deu um empurrão à saída do eléctrico.
Os rejects da Sra. de Oxford também podem mandar para aqui para a Sociedade Anónima, ao meu cuidado."

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23.5.07

Mário Limo?

Foi impressão minha, ou o Ministro Mário Lino, ao recusar a possibilidade de construir o novo aeroporto na margem sul, esse deserto, e citando as maiores sumidades no assunto, relatou que estas lhe disseram que naquele local janais, janais?

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e agora vou deitar o trambolho

A chuva caía há uns dez minutos e a poalha de água encaracolava-me o cabelo. Patinei e vi o pé levantar-se diante de mim. Pendi para a frente, num grotesco passo de dança, e tombei com aparato sobre o joelho da outra perna. Ali fiquei, e hoje já ninguém pára, nem mesmo em plena Rua Garrett à hora do almoço. No hábito que me ficou de criança, olhei para verificar se as calças se tinham rasgado e, tal como dantes, bastou-me constatar a integridade do tecido para ficar contente, mesmo com um joelho latejante e a sangrar. Levantei-me e deparei com um guarda-chuva florido aberto na minha direcção. A vendedora apontou a passadeira onde fui ao tapete e disse com ar misterioso:
Não imagina a quantidade de pessoas que já aí caíram. Sempre aí, sempre no branco...
Eu já sabia. Os cinzentos costumam ser fiáveis e previsíveis, mas os brancos, esses, são muito escorregadios.

22.5.07

Sinto-te todo cá dentro

Estás-me debaixo da pele, liquefizeste-te no meu sangue.
Circulas-me por dentro ao ritmo do metabolismo, umas vezes de forma paciente e lenta, outras percorrendo-me as veias a uma velocidade brutal.
Oiço a tua voz no gorgolejar das minhas entranhas, sinto a tua respiração no restolhar das folhas, cheiro-te na toalha depois do banho.
Verdade é que me seria fácil eliminar-te para sempre, mas não gosto do vazio que deixarias, prefiro sentir-me acompanhada.
Só falta agora entrares lá, no núcleo, no centro onde se processam as fantasias. Ainda não me povoas os sonhos nem me preenches os pensamentos.
Melhor será que te apresses a fazê-lo, estou fartinha que seja sempre o outro.

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21.5.07

Arturo era um homem desiludido. Era a primeira coisa que se lhe lia no rosto e nos gestos, pesados e lentos.
Arturo era o proprietário de um pequeno restaurante vagamente italiano situado na esquina de uma rua simpática de um bairro agradável. Havia um separador no meio da rua, ladeado de árvores, onde nas tardes de verão os seniors do bairro jogavam com bolas de um metal brilhante e liso, que lembravam gotas de mercúrio caídas de um termómetro gigante. As bolas chocavam umas contra as outras com um páa metálico que atraía sempre Arturo para a porta do restaurante. Ficava encostado na ombreira da porta, e observava os jogadores sem nunca se lhes juntar, o olhar vagamente perdido de quem não está verdadeiramente alí. Com o fim da tarde os jogadores juntavam-se a Arturo, sentavam-se ao balcão do restaurante, e bebiam cervejas em silêncio, num arremedo de convivialidade mais próprio de famílias do que de companheiros de jogo.
Entretanto na esplanada do restaurante juntavam-se outras famílias, estas mais faladoras: o pai, a mãe e dois rapazes pequenos, que comiam sempre saladas, e discutiam sempre apenas entre duas garfadas; as duas solteironas do prédio em frente, que diziam mal dos maridos das outras; e, às vezes, um grupo de donas de casa que entre copos diziam mal dos próprios maridos. Arturo deixava-se ficar no bar, em silêncio e imóvel, e só um sinal vindo da esplanada o fazia mover-se e sair com cervejas na mão. Era, na verdade, uma forma de eficiência muito própria, que não gastava energia com movimentos supérfluos, a saída para a esplanada em passos ensaiados muitas vezes, precisos e lentos, um dois três até à mesa do canto, meia volta mesa do meio, quatro, cinco, seis voltar ao balcão.
Esta mecanicidade de movimentos, esta poupança de energia, tinha-a herdado da mãe, como aliás quase tudo. A mãe de Arturo, Simone, era loura e pesada, e tinha nos olhos claros a resignação que quem nunca se soube bela nem feliz. Era dela a cozinha do restaurante, e aí tinha criado o seu domínio, movendo-se lenta e economicamente entre os balcões. Quando não tinha para quem cozinhar – o que não era raro, sobretudo de Inverno, quando não havia esplanada para atrair famílias - , sentava-se numa mesa ao fundo do restaurante, onde tinha recriado a sua sala de estar, completa com naperons, candeeiro de leitura, jornais de lavores e cesto de costura, e aí passava a noite em silêncio, sem nunca olhar o filho, que encostado ao balcão servia cerveja aos habituais. A semelhança entre ambos era tão evidente, que seria fácil esquecer que Arturo tinha tido um pai, não fora pelo seu nome, e pelo menu vagamente italiano do restaurante.
Já tinham passado muitos anos desde que o pai de Arturo morrera, mas a rotina da mulher e do filho não se alterara. Continuavam a trabalhar no restaurante, ela na cozinha, ele ao balcão, e ainda viviam na mesma casa. Tinham um acordo tácito, contruído durante anos de vassalagem a uma personalidade mais forte, que lhes permitia viver com um mínimo de comunicação, num ballet de exclusão minuciosamente coreografado.
Às vezes Arturo sonhava. O sonho era sempre igual. No sonho, a mãe estava morta, e ele sentia apenas um alívio imenso. Algumas vezes acordava e o sonho acabava aqui, e deixava-lhe um sabor amargo a culpa que durava dias a fio. Outras vezes continuava, e no sonho Arturo fechava o restaurante, fechava a porta de casa, e saía com uma mala para nunca mais voltar. Via-se então noutro país, com sol, oliveiras e vinhas, um ar doce de fruta e flores, húmido de sal. Aí era feliz como nunca tinha sido feliz, e sentia o coração expandir-se dentro do peito, como quem respirasse profundamente, até estar tão cheio, tão pesado, que o peito se lhe apertava, afogando-o, e a pressão tinha de se aliviar em lágrimas, que lhe caíam pelo rosto redondas e quentes. Mas então acordava sempre, e voltava à rotina como se nada fosse, os olhos já secos, o peito espaçoso e vazio.
Quando estava acordado, Arturo pensava. Pensava e repensava, ensaiava mil vezes um discurso que sabia que nunca faria. E esperava. Esperava que nunca tivesse que o fazer, que o tempo fizesse o seu trabalho e o poupasse.
E de certa forma, foi o que aconteceu – embora o tempo tivesse mostrado um certo humor negro no fim.
Um dia o restaurante não abriu, pela primeira vez em muitos anos, num dia que não o de Natal. E também não abriu no dia a seguir, nem no outro, nem na semana seguinte. A porta só foi aberta duas semanas depois, por uma Simone de negro, olhos brilhantes e passos ligeiros, que convidou um homem de bigodes aguerridos e físico rotundo a entrar. Sem um olhar em volta, entregou-lhe as chaves e voltou a sair. Parou na ombreira da porta, e sorriu para o taxista, antes de lhe dizer: para o aeroporto, por favor.

20.5.07

Inatingível será, intangível não é…

Depende dos sinónimos por onde se puxa a palavra mas eu acredito que o Amor existe e é passível de ser tocado, ou melhor, há momentos em que nos sentimos tocadas por ele, no sentido literal da palavra. Nesses momentos subliminarmente sublimes cegamos, suspendemos a respiração ao mesmo tempo que elevamos a nossa essência ao altíssimo de onde ela se separou quando em nós encarnou. Nesses momentos somos Uno connosco, com a pessoa amada e com o resto de todo o universo e nesses momentos somos acolhidos dentro do útero universal de onde toda a humanidade emana… talvez haja quem atinja tal nirvana pela meditação ou técnicas afins… eu chego lá pela via do poderoso, insensato e louco desejo de me fundir na pessoa amada!

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Sistema de comentários

Passa a ser o do haloscan e no sistema do blogger deixa de ser permitido acrescentar novos comentários.
(eu depois resolvo esta parte melhor que não está a funcionar a 100% ainda)

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ao sétimo dia

A última nódoa na forma de uma pétala de malmequer corada de sangue pálido aparecera no penúltimo evax ultra-fino um dia antes. Acordei e revi as tuas fotografias, os olhos fechados. Passavas a uma cadência que te imprimia um movimento quase filme, como aqueles livros com um desenho animado quando os dedos lhes fazem correr depressa as páginas. Despi-me toda e aconcheguei-me no corpo, talvez contigo. Quando me vim ri-me, alegre, por ser capaz de me amar até me contorcer longamente em ahs suspirados e gemidos. Mas também a ti agradeço, amorzinho, pela tesão tão boa que me dás. Vale a aliteração.
Horas depois recebi a tua mensagem. Senti-me aquecer por dentro só até à pele e apertei sem querer as coxas uma na outra, sem me mexer. Estava agora a vir-me outra vez, só uma, a golfada única com gotas de sangue esquecidas a sujar-me as cuecas brancas de algodão. À noite vi a mancha já enxuta e desbotada. Parecia a marca da limpeza delicada de uma boca lambuzada com a cor doce do chocolate.

18.5.07

solidão

Ele ressona-lhe ao lado e ela, desespera. Sai da cama de um pulo, entra no duche, deita-se na banheira fria, o jacto apontado para o meio das pernas abertas, não muito forte, por forma a que o clítoris não se retraia, magoado. A água envolve-lhe os grandes lábios, num prenúncio de gozo que se quer circular, periférico, nunca directo. Por segundos, o universo está todo ali, naquele prazer rápido, quase nauseante de tão concentrado, como um detergente de que baste uma gota, duas são demais. Abafa um gemido animal e morde-se a mão esquerda; aperta-se por entre espasmos e o seu corpo estica-se, elástico, enquanto os dedos dos pés, retorcidos. No quarto, ele ressona. Ela espera que o coração lhe reentre o peito, que deixe de lhe ressoar nos ouvidos, no útero, e levanta-se, tonta. Troca os pés enquanto se enxagua e acaricia-se suavemente, como se fizesse amor consigo própria pela primeira vez, e tivesse medo. Desconhece-se, enquanto ele ressona. Entra no quarto e deita-se de costas, num suspiro fundo. Quer crer-se aplacada, satisfeita, mas o cheiro dele alerta-lhe de novo os sentidos, temporariamente anestesiados, apenas. Sobem-lhe calores, afrontamentos: destapa-se, impaciente, suada, danada com ele. Rodeia-lhe a cintura larga, escorrega-lhe a mão pela barriga flácida e apalpa-o, sentindo-o amolecido, inerte, sem vontade. No centro dela, um formigueiro recrudesce, implacável, o coração dispara-se-lhe, a língua passeia-se-lhe pelos lábios, pelos dentes, pelo céu da boca. Retira-lhe a mão inútil de cima, enfiando-a nela mesma, dando assim proveito à súbita destreza que lhe aflora aos dedos. Não se vem como no duche: aqueles estão nervosos, frustrados; sabe que tem de trabalhar mais, com cuidado acrescido, impondo maior vagar nos movimentos circulares. Ele vira-se de repente, como se acordasse, e ela pára tudo, até de respirar; isto agora é coisa dela, só dela e ele, neste momento, não passa de um intruso. Aguarda que ele se ajeite na almofada, repara num fio de baba a escorrer-lhe pela cara e encolhe-se de nojo, o gozo a escapar-se-lhe por entre as cãibras. Esforça-se por retomar o fio ao prazer, afadiga-se, impaciente na sua mudez, mas nada. Imagina pornografia, pilas pretas em conas brancas, buracos preenchidos por todos os lados, línguas molhadas, fodas violentas, eles os dois contra a parede, ela com o rapaz das pizas, com o joão da informárica, com o desconhecido do messenger; ele a comer a amiga, a comer ambas ao mesmo tempo; os dois à canzana, ele e um preto, ela e a amiga, os gritos, as carnes … nada. Nada a consegue distrair do fio de baba, do ressonar empedernido e compassado, da tristeza daquele membro morto. Acotovela-o com brusquidão e rancor, instando-o a que se vire, que não a deixa dormir, o barulho de locomotiva; destapa-lhe o corpo, vingativa, puxando para si todo o edredão, fecha os olhos e, ainda antes de invocar para si todos os deuses do sono, um último pensamento aflora-lhe o cérebro vazio, amanhã, no continente, é dia de peixe fresco.

linha de coser

Entre a manhã e a escuridão há uma linha. Na mediatriz entre a confiança e o desamparo encontra-se um lugar de fronteira ínfima, mas funda incisão. O horizonte é a linha de contacto entre o céu e o inferno. Sobe e desce, de acordo com os pontos de vista, com o estarmos mais, ou menos, levantados. Não se afunda nem se escapa no ar, porque horizontal: flutua nas marés. Confunde-se, na direcção da noite, com a linha da morte, sobreposta pela intersecção, lâmina fina, da nossa direcção. Intangível, mas sempre lá, a linha no horizonte é o espaço imenso do amor.

16.5.07

A frase da noite (ontem, pois claro...)

It's no longer eat or be eaten... It's eat or be ignored.

Coisas luminosas III


Comentadores da Soca em geral, um em particular.

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15.5.07

Pequenos momentos de grandeza

Será que existem esses momentos em que sentimos que estamos no topo da montanha e temos o mundo aos nossos pés e somos uns gigantes só por termos essa perspectiva diferente, superior e seguramente mais sublime?

Atingi o topo daquilo que sou, estou lá no alto, estou na maior, nada nem ninguém me atinge neste momento! Foda-se que demorou!! Mas compensa, pelo ar que se respira cá em cima, pela energia que se gera em nós pela pura mudança de perspectiva! Daqui posso seguir para qualquer direcção! E há tantas, e tão boas! Tantas luzes a piscar em tantos lados! Quero-as todas para mim! Chamem-me gulosa, egoísta, ambiciosa também… quero cá bem saber! Neste momento sou maior do que todos e todos se encolhem perante mim!!

E tudo isto porque sou dona da minha própria vontade e sentir-me assim tão livre é bom e inebriante! Sinto-me poderosa! Oh yeah!!!

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Porque raio me lembro disto agora?

e como se fosse hoje? A verdade é que apenas não o esqueci.

Acordei quase a dizer asneiras, da má disposição. Depois de ver as horas, pior um pouco. Muito pior quando me informaste que o relógio estava quase uma hora atrasado.
Asneiras em catadupa antes do pequeno-almoço.
foda-se, foda-se, foda-se.
Lavei os dentes com a pasta do teu filho, não encontrei outra, e senti-me a cometer um pequeno delito, a entrar num terreno proibido.
Entrei no carro, mais asneiras por não conseguir abrir o vidro do meu lado.
O carro é meu mas quantas vezes terei andado no lugar do morto?
Abriste-me o vidro.
é só a náusea, a dor de cabeça fulminante.
No caminho, a partir de certa altura
de quando?
agarraste-me sempre como se eu fosse fugir em pleno andamento. Por isso conduzias só com uma mão, a enfiar as mudanças com a esquerda.
Protestei por cheirar a ti, aos teus lençois
quase no fim da Rua da Prata
realmente não há quem me ature, não admira que estivesses a perder a paciência
estavas?
Continuaste a agarrar-me como se eu fosse saltar de dentro do meu próprio carro, e a meter mudanças com a esquerda, largando o volante.
Por que raio não me lembro do que se passou antes?

Quero despedir-me de ti outra vez como nesse dia.

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Coisas luminosas II

O KGB é o meu pastor e nada me faltará.

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14.5.07

Hoje estou c'a neura...

Eu avisei que estava c'a neura...

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Serviço público

Ora vejam só o que a Durex lançou e que até se vende em normais parafarmácias.

Muito mais prático do que andar a vasculhar sex shops.

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13.5.07

Ó cum caraças!!!

Ó chefa mas atão o link aqui do tasco sai-me na imprensa nacional (e quicá até estranjeira!) e tu não avisas a malta???? Ai que se me dá uma coisa má...

(Agora fico sem saber se tiro dali a foto da gaja nua com um belo par, é que até se me dá a vergonha, coisa rara e nunca vista em mim! É que a modos que agora temos aqui os olhos da nação postos em nós e eu, mas sei lá eu para o que me havia de dar... pois eu vou-me espetar ali logo com uma gaja nua ó poramordeus! Inda se me fosse espetar contra uma gaja nua... mas é que nem isso!! Assim a modos que me sinto como se tivesse levado com um balde de gelo em cima e não foi o gelo que me acertou na tola, foi mesmo o balde!!)

Ahh e parabéns chefinha! Mereces! Tudo isso e muito mais que gajas como tu já não se fazem cá mais ó pois não!!

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Outro espécime de dragona

serviço ao cliente

Esta senhora é uma dragona. Mais precisamente, um dragão de Komodo fêmea. Bem sei que não se lhe vêem as maminhas. É pouco provável que as tenha, de qualquer modo, dado que se inclui na classe dos répteis (sáurios) e não na dos mamíferos. Mas embora os leitores possam discordar, e pese a elevada probabilidade de isso acontecer, não são as mamas que fazem a gaja.
A acrescer à sua imponência e pose real (com reinado efectivo no seu habitat), apresenta ainda a virtude de se reproduzir por partenogénese. Revela, assim, estar um passo à frente da espécie humana.

cá está ele!

http://chargemania.tripod.com/lion.gif

Tinha posto ali um leão, a pedido do nosso comentador homónimo. Mas ontem, quando aqui cheguei, estava outra imagem no link. Portantos... tive que mudar o cão da soca. Que é o que eu faço: mudar o cão. E agora já tenho uns cães deslumbrantes na calha, como o que ali está ao canto.

Nota: pois, afinal não está, o cabrão do leão. Ele está lá, mas quando quero trazê-lo para aqui... é esquivo, enfim. Ainda cá esteve um diazinho. Por isso, a única solução ao meu alcance é dar todas as directivas: google imagens, «lion», página 11 e lá está ele altivo, feroz, com os flocos de neve a cair-lhe no pêlo. Duvido que persista a curiosidade, no entanto... :)

quando?

Tinha regressado à água, onde me afogava. O sal cobria-me os olhos, impedindo-me de ver além. Engolia-me para me virar do avesso, quando a boca procurava os teus beijos no ar e só recebia a própria saliva amarga. Nadava, para cá e para lá, numa disciplina de sentido único que já perdera a virtude de dar a sentir que me preocupava comigo.
Acontecia-me amiúde pensar em nós no passado. Dizias que não havia acontecimentos nossos, apenas de cada um. Eu, só ia gostar de ti para sempre.
Deixaras de confiar em mim, desde que me conhecias. Já não te enroscavas em mim, nem me encontravas nas coisas. Colocava-te prazos, sem to dizer. Se não tomasses uma iniciativa nas duas semanas seguintes, assumiria que não me querias. Se te passasse ao lado o meu aniversário, não iria querer saber de ti no Natal. Se quando acordasse não encontrasse uma mensagem tua, não mais quereria adormecer contigo. Se não me chamasses depressa, nunca mais te chamaria querido, meu amor. Mentia, claro.
Pedia-te um gesto, um só. Um gesto mesmo teu, que me devolvesse em ti. Movimento não-resposta, não-reacção, não-consequência dos meus. Espontâneo, nascido em ti, por solicitar; original – para mim.
Não sei porque penso nisso agora. Talvez a água tenha estagnado cá dentro. Ou então está quase a aparecer-me o período.

12.5.07

viver sozinha


Tem coisas tramadas, só vos digo. Ainda agora me confrontei com a angústia da solidão. E até com os possíveis efeitos secundários. Depois de muito contorcionismo, quase desloquei um ombro ao apertar o fecho de trás do vestido até acima.

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11.5.07

Verão 2007

Ontem comprei um vestido (hoje comprei outro). Estava aqui a matutar que esse (importantíssimo!) assunto seria matéria para postalinho de época, mas então que fosse ilustrado, como é evidente! E lá fui eu à procura de coisa de verão 2007, pois uns vestidinhos de alças às bolinhas ou assim...só que depois encontrei isto e lembrei-me logo que o nosso Animal se andou a queixar que ninguém lhe mandava um meme e pareceu-me mesmo que seria a cara dele!

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10.5.07

Mas ainda existem gajos assim???

Don't come near me!



Eu nunca gostei muito do MST confesso… e cada vez gosto menos dele! Mas então o homem não tem filhos?? Achei que tinha! E se tem não os leva a comer fora para não o incomodarem com o seu barulho?? O que como é óbvio nos leva a questionarmo-nos sobre a (ir)responsabilidade de um pai como este que prefere não andar com os filhos atrás porque fazem muito barulho… Haja paciência e juízo!!
Não é que não acreditasse no amor em si, até porque já o tinha sentido, mas não acreditava nas qualidades reformadoras que as pessoas lhe atribuiam e, sobretudo, não acreditava na sua capacidade como cimento de relações.
O amor podia aproximar as pessoas, mas o que as mantinha juntas era feito de uma massa diferente. Olhava em volta, e os exemplos abundavam: todas as relações à sua volta eram construídas sobre teias intricadas de poder e necessidade. As pessoas mantinham-se juntas porque precisavam umas das outras; porque, mesmo sem saber, viviam presas numa dualidade de poder-submissão. Às vezes era fácil perceber quem era o dominante e quem era o dominado, outras vezes o poder parecia alternar-se na relação, num sistema de checks and balances emocional. Por vezes a relação era verdadeiramente dialéctica, bastando juntar alguém com vocação para mártir, e um dominador com educação católica.
Era interessante observar as pessoas do alto desta certeza. Às vezes era divertido também. Mas os postos de observação sempre foram lugares solitários.

Só uma perguntinha

Aquela treta que ando a impingir ao meu miudo de três anos de que se deve dar sempre passagem às mulheres só vale para peões, não é?
Na estrada, o maior palco de faltas de respeito do mundo, não há regras de educação, certo?

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9.5.07

Alguma coisa a passar às gerações seguintes?

Sim, sempre! Eu que gosto de jogar fora filosofia barata tenho por aí uns rascunhos com escritos sobre coisas pelas quais me pauto. É assim uma espécie de cartilha moral só minha. Quem me conhece sabe que consigo ser bastante moralista, apesar de ser extremamente liberal e uma coisa não é impeditiva da outra. A minha moral tem a ver com a minha liberdade e com o condicionamento da mesma quando interfere com a liberdade dos outros. E como é óbvio se saio da minha esfera deve ser sempre com intuito de ajudar e não de prejudicar. Podemos sempre melhorar a impressão que deixamos de nós nos outros e esse sim, deve ser um esforço e uma motivação permanentes!

Nada se esquece, tudo se aprende. Se esquecermos alguma coisa, é com gosto que deveremos aprendê-la outra vez.

Todos merecem uma oportunidade, pelo menos uma vez. Por mim até acho que deveria ser sempre, as oportunidades deviam ser inesgotáveis, desde que houvesse uma clara e inequívoca vontade de quem as pede.

O que flúi entre nós e qualquer outro ser humano deve ser sempre de fora para dentro e não ao contrário. As pessoas buracos-negros deviam vir com avisos em letras néon bem grandes. Mas mesmo a essas deve ser dada uma oportunidade de deitarem cá para fora tudo aquilo que receberam e acumularam lá dentro ao longo dos tempos.

Simplicidade, humildade, generosidade e honestidade. E cumplicidade quando possível… pois que essa não depende só de nós.

E quanto ao sexo (pois claro que cá não podia faltar! :-P) desde que seja entre dois adultos livres e descomprometidos e desde que seja como alicerce de algo que os ditos pretendem construir, então é um meio poderosíssimo de se dar e de receber sensações e emoções que reforçarão essa cumplicidade extrema que se pretende obter (ou seja, não gosto de one-night-stands! Nem de nada a que não se possa dar seguimento!)

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Coisas luminosas I




Um bocado óbvia, mas cá vai: Verão.

Há muitos anos que passo o verão ali, no meio de amigos e alguma família. Acordar e vestir o bikini, enfiar uma túnica e umas havaianas, sair porta fora, tomar café, descer as escadas para a praia.
A barraca há-de estar cheia de coisas que pertencem a alguém, nunca sabemos muito bem a quem, interessa é que no fim do dia não fique lá nada (chegamos a casa com chapéus de outros miudos e T-shirts que pertencem a alguém que não a nós).
Tanta coisa e ninguém se lembrou de ir ao banheiro buscar as cadeiras e os brinquedos dos miúdos (murmuramos um "foda-se, sempre a mesma coisa" e vamos lá nós).
A areia está húmida apesar do sol estar fortíssimo, deitamo-nos na toalha a sentir o calor nos poros, cheios de preguiça de ir ao mar por sabermos a água fria, gelada.
Há gritos e risos de crianças à volta, sente-se a areia por entre os dedos dos pés e das mãos e é uma sensação boa, de praia, de verão, de sol, de calor.
Alguém (que não eu) há-de se sentir culpada por estar ali deitada e gritar "meninas, vamos fazer exercício" e " quem é que vem andar comigo?" e lá vamos pela beira da água, às vezes andamos quilómetros embaladas pela conversa, que aqueles passeios parecem puxar às confissões e ficamos a saber mais umas das outras do que numa noite inteira juntas. Umas param e fazem abdominais (eu sento-me na areia), o cheiro a mar é tão forte ali que parece querer fazer parte da nossa pele, ser carregado para sempre no nosso corpo como uma tatuagem invisível.


eu quando prometo gosto de cumprir, Leão

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8.5.07

Ora então, olarilolé e etc e tal

Xem-me cá pensar o que é que um gajo teve assim alegre no dia: iadaiada com as amigas, sim, iadaiadaiada também com mais amigas, também sim, sapatos. Sapatos é a miséria, minhas amigas (este postal é dedicado a quem gosta da sua sapata, chanata, bota, enfim, o que for que se colocar nos pés, depois de os arranjar, pamordeus, depois de os arranjar! OK? Tamos todas combinadas na pedicure, certo? Sejaides exigentes convosco mesmas, meninas!) Sapatos ou é de mim ou é de alguma coisa, que são todos foleiros. Ou são giros e têm saltos foleiros, ou são foleiros com saltos giros, ou então são aqueles sapatos absolutamente horrorosos depois de uma pessoa os virar e pensar, fod...caneco, digo, duzentos euros???? Brinquemos? Que sapatos mais totalmente feios! (que duzentos euros dão para muito HB nº 2 e borrachas então nem se fala...)

Ai, queridas, sinceramente, não me apetece nada falar de sapatos. Não, apetece-me outra coisa qualquer. Na verdade, apetece-me falar das minhas amigas. Não sei o que me deu, eu nem gosto de gajas, mas porra, tenho umas amigas que são bestiais. Aliás, eu nem quero falar das minhas amigas. Eu quero mesmo é falar com as minhas amigas. Eu quero mesmo é que as minhas amigas se conheçam e se desatem a rir e digam, então tu é que és a...não me digas e grandes abraços e muita caipirinha, ófaxavori.

Ora então, sai um jantar de blog ou quê? A começar a combinar agora assim lá para os lados de daqui a um mês? Ou dois? Hum? E as/os comentadores, abotamos essa malta toda a comentar da mesa ao lado ou não lhes damos cavaco?
(melhor mesmo dizerem-me aqui nos comentos que os emails já sei, nem lêem)

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7.5.07

O tempo...

O tempo corre, os dias passam. Não há tempo. Não consigo escrever - não tenho tempo. Trabalho nas horas apressadas de um dia que se arrasta. Preciso de férias que demoram a chegar porque os dias de labuta são tão longos. Mas não tenho tempo porque as horas correm e eu não consigo fazer tudo o que preciso, o que quero, o que anseio.
O tempo corre nos anos tão rápidos que passam por mim, me aumentam as rugas, os cabelos brancos, a flacidez da pele que, ainda ontem, estava tão linda, tão magra, tão perfeita. Nos meses lentos da última prestação que parece não chegar, que se arrastam num ordenado que diminui e o ele nunca mais chega ao fim, num Inverno que teima em continuar a invadir a nossa primavera... Na lentidão dos cinco dias úteis e na pressa do fim de semana... no atropelo dos dias e das horas que nos roubam o tempo, a vontade, a beleza, a juventude e nos trazem a angústia de não conseguirmos ter tempo para tudo o que é preciso fazer e conjugá-lo com tudo o que desejamos e necessitamos realizar.

Do vazio

www.picassomio.com


Assim é que, enquanto algumas almejam amores esféricos outras se contentariam em sentir fosse o que fosse, amor, paixão,encanto, whatever, desde que durasse mais de uma semana e não fosse alimentado por um desejo de conquista (saciável).
De verdade que me comovo com estas conquistas nos outros, mas se calhar só me comovo tanto por as saber inatingíveis, por me saber emocionalmente deficiente.
O celibato emocional pode poupar muitas lágrimas, desilusões, tristezas, mas é sem dúvida muito mal entendido e, sobretudo, solitário.

Pode o desejo ser insanciável? Pode durar uma vida inteira? Ou metade? Mais importante ainda, estará isso ao alcance de todos?

foto devidamente lincada

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3.5.07

...er...

...eu até tinha algures um post sobre a inevitabilidade do aparecimento de alguém a vender bikinis brasileiros nesta altura do ano e o comentário de uma das senhoras presentes sobre a vergonha que ia ser experimentá-los em celulites branquelas e depilação ainda fase inverno, mas já nem sei dele...

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Sexo anal




(Disclaimer: este é um texto forte, assim como este é um assunto forte. Nem todos gostarão, se calhar quase ninguém. Mas o sexo anal é mesmo assim, cru, bruto, e potente. Não respondo por mim pelo que se vai seguir daqui, quem for demasiado sensível a estes assuntos que passe já à frente porque se é facilmente impressionável, este vai com certeza esborrachá-lo contra a parede. Paciência, a vida é mesmo assim, e nem todos têm a permeabilidade requerida para atravessar paredes, como eu…)

Talvez fosse o texto ali de baixo, mas as memórias vieram-me assim, em catadupa e de repente lembrei-me desses tempos, loucos e furiosos tempos, em que nada nos satisfazia e não havia quem nos pusesse um travão em cima, por dentro. Cada nova experiência preparava-nos para a seguinte e na descoberta dos nossos corpos ainda jovens não quisemos deixar nada por explorar. "Por trás" dizia-me ele… "quero fazer-te assim"… e eu não sabia bem se queria, à partida não, mas com jeitinho até talvez sim. Não compreendia bem as suas motivações mas ele dizia-me que queria experimentar porque lhe tinham dito que o apertaria mais, prolongando o seu prazer duma forma diferente… "diferente como?"... queria eu saber, mas sem experimentar não o saberia e eu cedi, cedi-lhe, cedi-me.

De gatas e já bem trabalhada, consegui relaxar-me o suficiente para o deixar penetrar-me por ali, recomendando-lhe que me pusesse bastante lubrificante porque não me era nada evidente que o tracto se ajustasse tanto a ele como o outro, pela frente. É uma sensação estranha ao princípio, parece-nos que temos lá algo que não pertence ali e o sentimento é demasiado familiar… instintivamente contraímo-nos para o expulsar, mas ele insistia ainda, e eu sentia-o por dentro mas não era onde eu queria mais, embora não me fosse totalmente desagradável senti-lo assim. Rapidamente, mais depressa do que o normal, ele veio-se em mim, e depois sim… a sensação de algo a escorrer-me por ali… desagradável, a fazer-me recordar sensações de situações muito repugnantes! Ele gostou muito mais do que eu, não me vim assim, não creio que fosse uma possibilidade física para mim. Depois soube que há mulheres que afirmam que assim também atingem orgasmos fenomenais. Parabéns para elas, devem ter muito mais sensibilidade nessa área do que nós as outras comuns mortais…

***

E porque este é também um espaço de serviço público deixo-vos alguns conselhos de quem já experimentou um pouco de tudo:

Há coisas que não se devem fazer quando se tenta o sexo anal. Não se deve penetrar a mulher analmente e depois vaginalmente porque o ânus é uma zona normalmente muito suja, contém muitas bactérias que não são nada saudáveis quando entram em contacto com a flora vaginal. As infecções que se apanham dessa forma não compensam o esforço para nenhum dos parceiros, porque se a mulher ficar fora de combate o homem também perde, como sabeis… As unhas são coisas proibidas, em qualquer um dos tractos! Mas um arranhão anal dói muito mais… e demora muito mais tempo a cicatrizar. E finalmente o homem não se deve nunca esquecer que a zona anal não tem lubrificação natural, e deve aplicar bastante lubrificante antes de penetrar a parceira por aí, porque senão dói, e muito!

De resto se isso vos trouxer prazer, dediquem-se-lhe com gosto e vontade, pois que é assim que o sexo deve sempre ser. Quem sabe não descobrem a pólvora e reescrevem o livro das vossas maiores fodas de todo o sempre!

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Mensagem da Primavera

Esta mensagem não é para ti. É para a minha querida amiga: tua pila.

Um apalpão, detalhado. Três chupões. E a língua aberta a descrever-te a hiperbole com saliva , desde o fundo. Até se enrolar toda à volta da tua cabeça dura.

2.5.07

Dos amores esféricos




Às vezes queria ser uma bola para que te enrolasses à minha volta e assim rebolando iríamos as duas, eu dentro, tu fora mas por dentro de mim num abraço redondo e completo (imagino que seja assim o conforto do colo que nunca conheci). Encolho-me ainda mais para me chegar mais a ti e tu esticas-te para me sentires mais a mim. Há uma beleza profunda nas formas arredondadas da esfera que criamos assim, sem arestas nem pontas.

Eu dentro, tu fora mas por dentro de mim… porque és tu que me seguras e me impulsionas e eu depois vou por aí fora sem medo de nada nem de ninguém porque sei que quando dou a volta completa me encaixo por trás de ti e depois és tu dentro, eu fora mas por dentro de ti… criando uma beleza esférica como eu nunca vi nem senti.

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Às vezes (não muitas)

Às vezes preferia não te admirar. Preferia que fosses homem desadmirável, que lavasses umas janelas ou entregasses umas pizzas e tivesses por ambição uma moto mais potente e um andaime para chegar aos andares de cima; que a Caparica fosse um lugar para excelentes férias e porque haverias tu de levar mais do que três pares de meias para duas semanas? Que palitasses os dentes com a mãozinha a esconder a boca porque é mais fino, que dissesses com licença depois dos arrotos, que achasses que a cerveja alemã é que era boa porque isso é que é de homem embora depois bebesses as imperiais sagres com mais gosto. Preferia que usasses pijamas de turco e tivesses cotão no umbigo, que das tuas orelhas e das narinas saíssem uns tufos, que tivesses pelos nas costas, que cheirasses a urinol público quando despisses as cuecas, que não cortasses as unhas dos pés. Preferia que só te risses de anedotas porcas e só gostasses de gajas de mamas grandes e que votasses sempre no gajo que os teus amigos te indicassem. Preferia que tivesses um crucifixo a balançar no espelho retrovisor e a penélope ainda colada no guarda lamas e até podias ter uns neons debaixo do subwoofer, embora gastasses depois o resto do orçamento a meter a moto toda de origem. Preferia que os teus restaurantes favoritos fossem aqueles de preço fixo onde poderias encher o prato até transbordar porque pagavas o mesmo. Preferia que pensasses que um minete era lá passar a língua duas vezes e depois toca a foder que amanhã temos que acordar cedo. Preferia, sabes? Às vezes. Que isto de admirar um homem é meio caminho andado para o amor e o amor dá uma trabalheira dos diabos.

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contra a parede

Levanta. Não, não, tens que enfiar vindo de baixo. Mais abaixo... Vira mais para cima. Isso... assim. Continua, que eu aguento. Espera!, ainda não... Que foi, querido, magoaste-te? Não lhe dês com tanta força... Mais devagar... assim, sim. Segura tu... não consegues? Vá, eu levanto deste lado... está quase... sim, assim! Força, isso... agora, agora!
Ai!
Bolas, voltou a cair caliça. Peso a mais, com pregos não vamos lá. Vais ter que usar escápula e bucha...

1.5.07

no comments

E tudo por culpa do dia do trabalhador. Injustiça feita ao trabalhador, espetarem-lhe com um feriado no seu próprio dia. Não só o privam de um dia de trabalho, mas também de todo o tempo livre de que poderia dispor para comentar em blogues!

este dia

É o melhor dia que tenho.

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