30.4.07

Queridinho, hoje tive um sonho:

"Chegaste a casa e eu esperava o beijo tímido e desajeitado do costume. Beijei-te eu, enfiei-te eu a língua dentro tua da boca, abracei-te eu e só depois tu me abraçaste a mim.Virei-me para passar para o quarto e foi quando te senti, agarraste-me por um braço e encostaste-me à parede, de costas viradas para ti. Durante um segundo senti pavor que me magoasses de propósito.
Encostaste o teu corpo todo ao meu e senti-te já duro de tesão. Com uma mão percorreste-me inteira e sussurraste-me ao ouvido qualquer coisa que não entendi bem. Tentei virar-me mas a tua outra mão não me deixava, prendias-me à parede (pensavas que te soltavas quando querias, era? Agora jogamos o meu jogo, farto das tuas brincadeiras).
Depois, já no quarto, empurraste-me para a cama e mandaste-me chupar-te. Eu obedeci (de espanto por tanta iniciativa nem consegui reagir a nada).
Mandaste-me parar quando te apeteceu e enfiaste a cara entre as minhas pernas até eu te puxar pelos cabelos. Era o sinal para entrares em mim, sabendo perfeitamente que eu me viria ainda antes de me penetrares inteira."

Etiquetas:

ao segundo sinal serão 0.00 horas

O espectáculo que se segue é-te inteiramente dedicado, amorzinho. Dei-lhe o título poético Dedilhando o prado. Flores que te trago no regaço. Ou será pão?
À décima segunda badalada podes passar por aqui. Vamos ver se te serve este meu sapatinho de cristal.

29.4.07

debaixo do rato


Descubro o estranho jogo dos meus filhos, com um crescendo de ameaças preocupante...

27.4.07

num beijo

Beija-me, só mais uma vez, dizem, não páres, não!, não páres de me beijar! Ó meu deus, esses teus beijos, nunca fui beijado assim... Pensam, os narcisos mentirosos, deve estar muito apaixonada. Julgam, coitados, que não beijamos assim, que não colocamos toda a amplitude do maxilar, do movimento dos lábios e da versatilidade da língua em qualquer beijo que demos.
E vão imaginando as nossas boquinhas de broche, vistas de diferentes ângulos: o fellatio do século, só para eles. Lambemos as comissuras e já antecipam a nossa língua na ponta da ponta deles. Enrolamo-los contra o céu da boca e têm flashes de garganta funda.
Enquanto lhes furamos o coração através da língua, adivinham-nos a cona tornada boca. A chupar a flor da pila, a apertar-lhe e a engolir o estame que cresce, mais e mais, dentro de nós. Brinca, brinca, com os lados, para logo cair dos limites. Como quem colhe umas flores e subitamente engole a espécie até ao fim. Ao roubar-lhes o pensamento pela boca, preparamo-los, rendidos, para a foda que nos vão dar.

Etiquetas:

Ó Fox!!

Minha amiga, linda, companheira, anda cá pôr um post daqueles teus de encher o olho (e não só) que eu de me andar a gabar ali em baixo já levei com uma traulitada nos cornos e é bem feito, é, porque a gente não se deve gabar daquilo que faz e mai nada!

Se há coisa que m'enerva em mim é esta minha mania de cantar de galo (e é mesmo de galo pois que eu saiba as galinhas não cantam, cacarejam, e eu não sou galinha, nunca fui e não é agora que irei ser, por mais traulitadas nos cornos que apanhe!)

Etiquetas:

A Arlinda vai a jogo!




(Este é para a sem-se-ver, para ser diferente dos outros e para lhe mostrar que também sei jogar à homem! :P)

Mandaram-me chamar para salvar o jogo, há um empate técnico, os gajos não se tão a safar! "Que sei eu de bola?" pensei eu. Mas também não há mais a quem recorrer e o jogo não é para perder! Ainda por cima do lado de lá está uma equipa de super-heróis a defender uma minúscula baliza que daqui quase nem consigo ver! Mas bem, calço as chuteiras, meto o joelho no chão para me benzer e lá vou eu, seja o que deus quiser!

De repente vejo o Super-Homem a voar na minha direcção, prega-me uma tal rasteira que penso que daqui já não passo. Mas de repente parece que bebi aquela coisa que dá asas, volteio no ar e caio no chão de pé, à homem! Controlo a bola com o peito e continuo a correr como se viesse um gajo a atrás de mim para me bater, e na realidade até vem! Vou para a direita, ataco nos flancos, agora voo para a esquerda mas este não é o meu melhor ângulo, volto para a direita, ziguezagueando e desorientando os adversários. O Homem Aranha tá pendurado na baliza a selá-la com as suas super teias invisíveis e invioláveis. E ainda tenho pela frente o Hulk a fazer de guarda redes. Aqui não há hipótese que o gajo pralém de ser verde é grandote. Aplico-lhe uma chuteirada nos tomates que o deixa vermelho e arfando aflito contra a relva molhada, azar o dele que já lhe saltei por cima, agora a rã sou eu e a bola rebola na minha língua!

Já vejo a baliza à minha frente, agora enorme embora ainda não escancarada. As teias estão por todo o lado e o gajo aranha ainda tá lá pendurado, de pernas e mãos abertas à coca da bola que eu acaricio entre as minhas pernas. Encho o pé e é de direita o tiraço! E é cá um golaço! E no pontapé de baliza lá estou eu outra vez, a controlar a bola com a anca. Insisto mais uma vez e desta vez vai tão fundo que fura a baliza! E bate contra a parede do estádio com tal estrondo que lhe faz um rombo! E começo a ver a maltosa toda a fugir enquanto a parede começa a ruir! Por trás está uma barragem e já sinto os pingos da água que se espevita! Fogem todos os cobardes menos eu que fico ali para levar com o fruto da minha jogada na cara! E é cá uma enxurrada!

Rebentei com a baliza, a parede e o estádio! Encontro-me estafada, ensopada, toda partida mas feliz! Ali naquele momento fui eu que cheguei, vi, fiz e venci!! Sorrio enquanto me entregam o troféu de melhor ponta de lança que alguma vez pisou a relva daquele estádio! A partir de agora podem mudar o meu nome para Ar-Cristiano-Linda! Sou eu a rainha do pedaço e aquela relva é toda minha!!!

Etiquetas:

MULHERES AO PODER!

Era só isso.

Pergunta (i)lógica

Para um homem difícil, só uma mulher fácil?

Etiquetas:

26.4.07

Orientações





E se a nossa orientação sexual fosse uma espécie de botão que poderíamos rodar para um lado(hetero) ou para o outro (homo) conforme nos desse mais jeito?
Dada a minha enorme incapacidade de lidar com o sexo oposto (no âmbito óbvio mas também nos outros tipos de relacionamento), era mesmo o que vinha a calhar .

Talvez a Arlinda me possa dar umas dicas sobre isto...

Socorro-me das amigas para (quase) tudo.

100nada, já ouviste ali a nossa música? (Nunca sei se é esta ou o "The eye of the tiger").

Etiquetas:

25.4.07

o cravo e a rosa

Queremos outras flores. Venham as espécies, a miscigenação, a enxertia. Floresçam numa arca-de-noé em que a botânica seja a paradosis do amor livre.

Terra do fogo




(E que me desculpem os caros leitores que esperam ansiosamente pelas minhas postas carregadas de humor… ele há coisas mais prioritárias e infelizmente eu não consigo concentrar-me em tentar fazer alguém rir antes de me vir! Falha minha pois claro que ponho o sexo lá mais para cima, ou para baixo, consoante o ponto de vista! Mas por outro lado ainda bem que não sou gajo porque senão ia dar muito nas vistas. Sendo gaja sempre posso andar por entre o resto dos comuns mortais sem que ninguém veja nem saiba que um rio me escorre por entre as pernas…)

Não é seguindo as coordenadas dum qualquer aparelhómetro amaricado que se chega lá, à terra onde tudo começa. É fácil cheirá-la, e mais ainda sentir-lhe o calor que emana do seu interior quente e húmido. Serei eu mais sensível que os outros? Serei eu apenas uma desconhecida felizarda que de repente apanhou no ar o perfume dessa terra que está onde nem todos podem, querem ou sabem alcançar?

Tantos se perdem, tantos se desorientam mas eu não! De nariz no ar e faro apurado avanço em jeito de seta em direcção ao centro do fogo latente. E eu sei como espevitá-lo e eu sei como multiplicá-lo exponencialmente até que o centro dela, e o meu, inflamam vorazmente o resto da floresta molhada cuja seiva se transforma em pura gasolina!

Qual Prometeu qual nada! Que fez ele senão roubar o fogo aos deuses imortais? Pois eu crio o fogo! Com a persistência das minhas mãos e com a mestria dos meus dedos. Tocando, puxando, acariciando, espremendo, mexendo, rodando e volteando a terra húmida e molhada que aquece e aquece até à combustão, dizimando, decepando, cegando, molhando… agradecendo todos os momentos e todos os minutos em que estou viva para recolher o fruto que o fogo me concede!

Etiquetas: ,

24.4.07

Uma gaiola partiu à procura de um pássaro*

O pássaro cresceu, ou as grades apertavam. Ave de capoeira? A gaiola olhava. Pensava és canja. O encanto? Não voava. E o canto? Cacarejava. Abriu a porta, tirou o tecto. Paredes caíram. Ficou só um chão, verde grande. Água no bebedouro, sempre cheio.

*Franz Kafka in Meditações

23.4.07

Das espirais




Os caminhos mais sinuosos são os mais intrigantes e por vezes os mais apetecíveis. Mas quando é que nos apercebemos que o caminho nos está de facto a conduzir em voltas sobre nós próprios, voltas que se apertam à medida que caminhamos cada vez mais rápido em direcção ao centro na ânsia de chegarmos a qualquer lado?

As piores espirais são as que nos dão a ilusão de ascensão. Subir é sempre bom, é sempre positivo, dá-nos sempre uma certa satisfação olhar para trás e para baixo do ponto mais acima onde agora nos encontramos. Mas não é só para cima que devemos preocupar-nos em seguir. Porque as espirais não nos conduzem a lado nenhum, são becos sem saída, não aprendemos nada de novo em todos os círculos que percorremos até chegar ao seu centro, tão vazio e desprovido de interesse como outro ponto qualquer onde achávamos que encontraríamos as respostas para todas as nossas perguntas. Até porque de facto sabemos que não há respostas para todas as nossas perguntas… nem arco-íris coloridos com potes de ouro numa das pontas ou até em ambas.

Etiquetas:

22.4.07

Do excesso de puritanismo

(Este post não é de todo dirigido a si, caríssima sem-se-ver, mas o seu comentário sobre hoje ser dia santo fez saltar umas tampas a umas caixinhas que eu já tinha para aqui fechado. Peço desculpa se ofenderei de alguma forma as suas convicções, mas exerço aqui a minha liberdade de expressão para precisamente expressar as minhas.)

Nos meus primeiros anos de vida apanhei uma injecção tal de catolicismo em forma de lavagem cerebral que isto só podia ter descambado numa de duas situações: rebeldia extrema ou bovinice conformada. Como tenho para aqui uns genes de rebeldia comprovada, felizmente segui pela primeira via, para total desagrado dos meus progenitores e restantes familiares. E o sexo, como é óbvio, é uma arma de provocação poderosíssima contra todos os bafientos católicos convictos e beatas de confessionário.

Eu não sou apologista da Igreja Católica, muito pelo contrário. Acho que é uma instituição machista, retrógrada, e brutalmente repressiva. Não me parece que é seguindo os caminhos que preconizam que alguém se liberte ou atinja a luz. Não digo que não haja no seu seio verdadeiros santos, homens que desistiram da sua humanidade para se dedicarem de corpo e alma à Humanidade. Mas nem todos podemos ser como eles, e a Igreja não sabe lidar com aqueles que não são.

Não digo que não haja valores cristãos que sejam nobres propósitos, como sejam a generosidade, a tolerância, a compreensão e até o amor ao próximo. Mas será que a Igreja os pratica quando tudo o que ouvimos das suas altas instâncias são negações, restrições e condenações?

A Igreja não soube acompanhar a evolução da sociedade civil. Parou no tempo, naquele tempo em que as mulheres assumiam um papel secundário em todas as áreas possíveis e imaginárias, incluindo no sexo (as mulheres católicas claro está, felizmente para as necessidades dos homens da altura restavam sempre das outras!)

Não consigo encontrar credibilidade numa instituição que não permite voz activa às mulheres nos seus quadros. Que continua a relega-las para um segundo plano, mesmo em termos espirituais. E que se recusa a aceitar o amor entre pessoas, quaisquer duas pessoas, como um elo de ligação tão válido como é o amor entre um homem e uma mulher. E que continua a propagandear o facto de o pecado ter nascido da mulher, de ser sempre ela a impulsionadora, se não mesmo a causadora, de um acto que a seu ver está errado (excepto para fins reprodutivos e espera-se que sem orgasmo, pelo menos da parte da mulher que acho que o homem não ejacula sem ter prazer!).

A Igreja Católica prejudica-nos mais do que nos beneficia, como sociedade e como seres humanos. E não é assim que atingiremos alguma tranquilidade em termos espirituais. Já para não falarmos em termos sociais. Os sociólogos do futuro devem estudar o comportamento das nossas camadas mais jovens e tentarem moldar uma sociedade que se adeqúe melhor às suas necessidades. Não estou a preconizar o vale-tudo! Mas entre uma sociedade mais permissiva e adequada às necessidades dum leque mais alargado de cidadãos e cidadãs e qualquer coisa tirada dos anais da Idade Média, há-de haver um meio termo que seja um bom termo para todos!

Etiquetas:

Postalinho de domingo

O Tejo coberto de velas brancas, vejo-as daqui da minha varanda. É o sinal do bom tempo, do fim do inverno, o tempo de limpar barcos e cascos, de subir e descer o rio. Imagino-os, aos marinheiros (mesmo que sejam de fim de semana), de óculos escuros e narizes vermelhos, sorrisos felizes do cheiro salgado, inventando que seguem mar dentro em vez da volta da praxe ao Bugio, que seguem pela água e pelos dias, sem horário de volta, só mar e céu e o silêncio do vento nas velas.
Havia um homem que toda a vida quis um barco. E tinha-o, a esse barco que saía todos os fins de semana, mar adentro, só mar e céu e o silêncio de quem fica em terra por não gostar de água e preferir televisão na cama. Toda uma vida de barcos e solidão até ao dia em que bateu a porta, fechou-a, deixando para trás o choque e a raiva da surpresa. Encontrou uns braços que talvez preferissem também o mar e um homem que trazia apenas uma mala e um coração cheio de vazios por preencher.
Depois vendeu o barco para poder começar de novo.
Curiosamente é feliz agora.

Etiquetas:

21.4.07

O maior amigo da fêmea


dildo


Estes dão muito menos trabalho que os outros.
E estão sempre prontos a entrar em acção (desde que a gente não se vá esquecendo de ir comprando pilhas!)

Etiquetas:

20.4.07

O maior inimigo da fêmea



Não, não é o período, a ejaculação precoce, a impotência, os pêlos a obrigarem a camadas de cêra fervente. São mesmo as outras mulheres.
Depois das nossas mães, avós e tias andarem a queimar soutiens em praça pública (ou, no caso lisboeta, no parque Eduardo VII), as mulheres continuam a serem oprimidas pelas gajas que com elas convivem e que, ao menor deslize lhes saltam à goela com moralismos.
Acho mesmo que quanto mais manchados, obscuros e cheios de esqueletos estiverem os passados dessas gajas, mais feroz será o ataque de moralismo do tipo "ai, não gosto que digas isso, faz-te parecer uma putéfia" (frase literalmente ouvida entre duas "amigas").
O que resta então? As amigas. As amigas a sério (podendo contemplar aqui os amigos de tendencias assumidamente homossexuais).
As amigas que em certos dias (não são todos nem serão a maioria deles), estão connosco num sítio qualquer e dizem qualquer coisa como "ah, os que ainda se safam são aqueles dois. Queres o da camisa branca ou o da camisa preta? Da última vez fui eu a escolher".
As amigas que, não estando nesta fase da vida, se riem quando lhes contamos estas coisas porque sabem que às vezes precisamos de nos portar como "gajos" (ou como putéfias, melhor dizendo) porque a vida não é uma linha escorreita entre dois pontos mas sim uma sucessão de fases diferentes com mais ou menos sentido.
Às outras amigas e conhecidas contamos as gracinhas dos miúdos, a camisola nova que comprámos ou a festa a que vamos no Sábado.

foto daqui.

Etiquetas:

Ainda não estou em mim!

Vocês desculpem-me o baixar de nível que esta posta representa mas eu, que já não vou para nova, preciso que alguém me explique isto que corre à boca livre nas escolas secundárias por esse país fora. (E peço-te perdão linda cilinha por estar aqui a misturar babyblogs com coisas destas, mas também me parece que os teus meninos já não são propriamente bebés e se calhar já andam a falar nestas coisas, esperemos que ainda não a praticá-las com as coleguinhas de carteira!)

Ora muito bem, só hoje ouvi a expressão "perder os três" e percebi que se referia à perda da virgindade e como esse momento só é bem claro e definido no caso duma mulher, estive para aqui a coçar os miolos a tentar perceber a que raio se refeririam aqueles "três" ali, e isto em detrimento de muitas outras coisas que tenho para fazer, mas enfim, valores mais altos se levantam e eu preciso de entender estas coisas que nunca se sabe se me virão a ser úteis no futuro, quando precisar de descer ao nível das nossas mentes mais jovens e imaginativas.

Assim peço encarecidamente a quem saiba que me diga o que são "os três" a que se refere aquela expressão. A única coisa que me ocorre é que aquilo está relacionado com os orifícios do corpo duma mulher que podem ser usados em actos sexuais. A saber: boca, cona e cú. Mas quando uma rapariga perde a virgindade terá que levar com ele nos três?? Que horror!!!!

Adenda: Meninas tenham cuidado quando vos convidarem para uma tupperware party! Ai... ele há coisas que realmente mais valia a gente nem saber!!

Etiquetas:

19.4.07

onde há gajas há babyblog

Concentração feroz no trabalho. A cabeça a doer, toda, verrumas que entram pelos ouvidos, luz incomportável. Fecho os olhos.
Trim!
- Mãe, onde estás?

A trabalhar.
- Oh, pensei que tinhas ido buscar o mano, queria falar com ele...
Café, Brufen, olhos virados para dentro, quero ver tudo e não posso ver coisa alguma - e está quase na hora.
Trim!
- Mãe, é para te dizer que podes ficar a trabalhar.

Vais buscar...
- Já estou a caminho, até logo, mãe!
(risos)
Desligo o telefone e beijo o visor, onde os meus filhos se afastam por um caminho de frondosas árvores e muita luz a cruzar o ar.

Homens: diferenças

Como foi que te conheci?
Nem sei, de anestesiada que estava. Acordei com o meu telefone, estava na tua cama nem saber bem como nem porquê, mas pareceu-me bem. Nada na memória mas um sentimento agradável.

Mas não é fácil, sabes. Mesmo tendo-te apagado. Rebusco no lixo para ler palavras tuas que não foram escritas para mim, nem a pensar em nós.

Levas-me a casa, perdes um telemóvel no taxi, tinha dois numeros teus e nem me lembro de te ter conhecido (muito menos de ter os teus numeros). Combinamos jantar, vagamente, não sabes quando vais ter tempo livre e eu estou quase a ir-me embora para o outro lado do planeta.

Rebusco essas migalhas que são os únicos pedaços teus que me permito ter (apenas porque não sabes que o faço).

Quando me ligas já fui há 2 semanas e dizes "desculpa, só agora é que acabei o trabalho". Vamos trocando mensagens mas demoramos 1 mês inteiro para nos reencontrarmos, quando te vejo, salto-te para o colo inesperadamente (pensei que não te voltava a encontrar), agarras-me sem problemas, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Novo momento de amnésia, acordo de novo na tua cama (desta vez sem o telefonema).

Ainda me vou abaixo quando te leio, as tuas palavras tão secas e tão longe de sentimentos. Inspiras-me pena, teres que te camuflar assim, como se fosse possível não sentires nada. Não teres sentimentos por ninguém (e não, não estou a falar de mim particularmente).

Não me lembro de nada de novo mas tenho uma sensação de satisfação mal definida. Levas-me a casa, despedimo-nos intensamente, não sei se volto a ver-te (e, sinceramente, nem me interessa).

És mais ridículo do que a maçã no Jardim dos Sentimentos.

Etiquetas:

18.4.07

foooooooooooooooooda-seeeeeeeeee!

(lá se foi a compostura toda, isto ia tão bem encaminhado...)
Quem é que meteu ali aquele bicharoco horroroso????

Etiquetas:

Uma vida inteira

Tenho pena. Tenho mesmo. E ela também, essa rapariga que um dia saiu de casa, por qualquer motivo, faltava pão ou fruta ou era para despejar o lixo ou coisa assim que o valha, coisa breve, rápida, num vou ali e já volto, diz ela, saí de casa e foi mesmo só por uns minutos (mas se calhar nem saiu, vai-se a ver e esteve sempre lá, quem sabe) e nesse momento ele, esse ele que ali poisava, sentado distraído a ver notícias ou coisas afins, a ler jornais ou um capítulo de um livro, nesse preciso momento em que ela não estava ali mesmo ao lado, deu-lhe uma coisa, assim um zimbróglio estupefactante agudo e, sem mais nem quê, um pré-aviso de 15 dias, uma carta registada com aviso de recepção, um telegrama, um sms até, nada, assim num trau que lhe caiu em cima (e a ela também) apaixonou-se. Apaixonou-se mesmo, paixão de caixão à cova, de triplos mortais encarpados que começou a dar no sofá, com as folhas dos jornais a voarem à volta, concordes supersónicos de papel, a televisão em mira técnica de espanto, os livros abertos nas páginas treze e ele perdidamente apaixonado, naqueles minutos em que o mundo é todo nosso e nada nem ninguém nos impedirá de lhe dar três voltas a pé se for preciso, para chegar onde se quer. Apaixonou-se, o homem, esse ele que até aí estivera lá poisado e ela, sem saber de nada, nesse momento a receber o troco da nota com que pagara o pão ou a fruta, o lixo já despejado e a voltar devagarinho para casa, para o homem poisado entre o jornal e a televisão, o homem apesar de tudo dela, que as mulheres, as esperas e os xailes roxos de viúvas à beira do pontão são sempre coisas que se coadunam bem em histórias de amor (e esta, não parecendo, também não deixa de o ser). Não sabemos (nem eu nem ela nem mais ninguém que tenha assistido sem saber) o que terá acontecido exactamente, apenas umas folhas amarfanhadas no caixote dos papéis a reciclar que por mero acaso se encontraram depois e que pareciam mesmo aviões supersónicos em termo de viagem última, deram alguma indicação vaga. Ela lembra-se de demorar tempo a voltar, sem pressa na espera, que os homens que são nossos e que poisam vagamente nas costas das cadeiras e nas beiras das mesas e nas guardas das varandas, não deixam de ser nossos mas não é preciso ir a correr, que as mulheres e as esperas sempre se deram bem, desde que as últimas não sejam vãs e que eles, esses homens que nos poisam, voem, quer para longe quer para perto, que precisam disso, mas que voltem sempre à terceira chamada para a mesa, quando a sopa ainda está quente embora já não fumegue. Ela voltou lentamente para casa, até porque lhe teria parecido ao sair que o homem dela precisaria de algum tempo (e sossego) para ler o jornal em paz; sem adivinhar que nesse preciso momento já ele quebrava recordes de saltos para a água e de apneias em terra, da falta do ar respirado por ela.
É assim a coisa no espaço dos segundos que passam ao largo das ruas que ainda se estão a atravessar. Quando ela meteu a chave à porta já ele, o homem poisado, se tinha sacudido num acordar quase em horror, eu? eu? um quase sonho, quase pesadelo, quase escapadela à justa, um correr atrás de aviões, agora pesados, a tombarem pela sala toda, a juntar tudo no lixo, a esvaziar a água toda, a esfregona a limpar a piscina olímpica já outra vez com dois sofás grandes e uma mesa no meio e um tapete por baixo, ainda um pouco molhado, entornei aqui água, querida, estou a limpar e nunca ela se deu conta, ou se deu, encolheu os ombros e embrulhou-se no seu xaile roxo e voltou para a cozinha com o pão ainda quente e as maçãs vermelhas e disse-lhe apenas, daqui a dez minutos está a sopa pronta, não vás para muito longe.
E eu tenho pena, nem é tanto por ela que, se sabe, fez que não soube e espera ainda que um dia os guardanapos de papel levantem voo com as pás das hélices a rodar; mais por ele, que não se conseguiu aguentar.

Etiquetas:

17.4.07

E agora, bem mais levezinha

De tanto te esperar, de esperar a tua decisão, de chorar por te ter perdido, de esperar que me quizesses falar ou que ao menos quizesses ouvir aquilo que já sabias que te ía dizer, cansei-me.
Apaguei-te os vestígios, os contactos. Não quero mais saber de ti. Esqueço-me a pouco e pouco e fica só uma raiva surda que, infelizmente, vou virando contra mim e contra os miudos. Vai passar, mas nem te atrevas a aparecer, a telefonar ou a mandar mensagens, não te atenderei, não te responderei. Do cansaço, algum dia haveria de chegar a este ponto. Desisti-te. Adeuzinho.

Etiquetas:

16.4.07

O abraço embargado



"I’m sorry for blaming you
For everything I just couldn’t do
And I’ve hurt myself by hurting you"

(Christina Aguilera – Hurt)

Um abraço, tinha sido o pedido. Um apenas, se calhar mais, mas pelo menos um. E não era um pedido difícil de satisfazer, ela não estava do outro lado do mundo, era uma mulher bonita, de sorriso fácil e de bom trato. Mas na altura não lhe apeteceu, a inércia do costume apoderou-se dos membros superiores e não foi capaz de os levantar na direcção daquela mulher que lhe suplicava um toque mais íntimo. "Não devemos fazer as coisas por pena", pensou. E talvez noutra ocasião lhe apetecesse mais dar aquele abraço que a outra lhe pedia.

Passaram-se dias, semanas. O Inverno deu lugar à Primavera e o sol e o céu azul convidavam ao desabrochar das emoções. Um dia acordou com um raio de sol a bater-lhe nos olhos e essa luz tão intensa fê-la pensar nessa outra mulher, e no abraço que tinha ficado por dar. E nesse instante apeteceu-lhe, ter ali essa mulher para abraçar e porque também ela nesse dia sentia necessidade de um abraço forte e apertado. Ligou-lhe mas ninguém atendeu. Ligou-lhe durante todo o dia sem obter resposta. À noite uma amiga comum ligou a chorar. A mulher tinha falecido de manhã, precisamente naquele momento em que o raio de sol a tinha vindo despertar. Atabalhoadamente anotou o local e a hora do velório, era o mínimo, teria que ir lá despedir-se dela.

Entrou e aproximou-se do caixão. Suave, serena, tranquila e com um sorriso nos lábios a mulher ali jazia. Parecia um anjo e se calhar já o era. Um anjo ou uma estrela, mas não se pode abraçar nem uma coisa nem outra. Mesmo assim sentiu necessidade de se aproximar do cadáver e ao ouvido pediu-lhe desculpa por não a ter abraçado naquele momento. E chorou, lágrimas grossas e quentes que tombaram no rosto daquela que não voltaria a ver, nem a abraçar, nunca mais. E saiu dali à pressa, sentindo-se mais estéril e distante do que nunca…

*******

Hoje aqui a Arlinda pede-vos que vão e abracem com muita força todos aqueles de quem gostam porque um dia eles podem já não fazer parte do mundo dos vivos. E pensem que tudo o que começa um dia acaba, por muito determinístico e simplista que isso vos possa parecer neste momento. E acaba sempre mais cedo do que esperaríamos ou desejaríamos.

Etiquetas: ,

Piropos

Em alguns raros momentos de (i)lucidez passa-me pela cabeça que os homens, coitados, têm mesmo uma vida de duras tarefas. Para além de terem que se mostrar uns aos outros extremamente machos, saber de cor o nome de uns 30 ou mais jogadores de futebol (sendo que alguns, oriundos de países longínquos são bem difíceis de pronunciar, quanto mais de decorar), gabarem-se de conquistas (o que na maioria das vezes os obriga a esforços notórios de imaginação e auto-convencimento), manterem tesão mesmo quando estão cheios de problemas (ou alcool), e ainda terem que, para conquistar uma mulher, conseguir manter uma conversa com espécimens femininos que na maioria das vezes lhes demonstra o maior dos desprezos (ainda que fingido e fazendo parte do jogo).
Ao pé disto, as depilações a cera quente umas vezes ao ano e os cremes espalhados duas vezes por dia na cara para manter a pele "jovem" parecem brincadeira de criança.

Uma das coisas mais injustas para eles são os piropos: a maioria das mulheres gosta de receber piropos mas não sob a forma de tiradas pirosas do tipo "magoaste-te muito quando caíste do céu?" e outras que tais, já ouvidas e reouvidas.
Os únicos piropos aceitáveis são aqueles que nunca ouvimos antes ou seja, podemos fingir que acreditamos que aquele foi mesmo inventado para nós e não papagueado 300 vezes antes (e mesmo assim muitas vezes vamos torcer o nariz e fingir que ignoramos, it's all part of the game).

O último que ouvi assim (homens aprendam que eu não duro sempre) foi numa discoteca apinhada, horas avançadas da noite, já no momento do engate puro e duro, um puto com uns bons 10 anos a menos do que eu: "Tens planos para os próximos 20 anos?".
Ainda rendeu umas boas gargalhadas, especialmente no dia seguinte ao fazer a revisão da noite (claro que a ele não lhe rendeu grande coisa).
E ainda teve sorte de só levar com as gargalhadas, porque a resposta da minha miúda pré-pré-pré-pré adolescente seria, segundo ela, "Sim, ser avó, por exemplo!".

15.4.07

ai

Corpo todo espancado. O sinal regular da realização maternal por cumprir. Pequenas flores vermelho vivo, que se esmagam sobre o papel.
Agora é a mim que dói a cona. Fox, minha linda, andamos dessincronizadas.

Etiquetas: , ,

13.4.07

A maldição dos homens cona vagina

Tendo andado afastada do mercado durante largos anos, a brincar às casinhas como qualquer miúda sonha desde os seus 5 anos, não estava minimamente preparada para o que havia de encontrar à frente.
Sim, já tinha sido prevenida pelas minhas amigas solteiras e divorciadas: o mercado está negro, escasso, miserável.
Esperava por isso encontrar fracos espécimens masculinos, mas que a fraqueza viesse dividida em factores: intelectual, fisicamente atractiva, de carácter...
Com o que não esperava deparar-me a cada esquina era com homens-cona-sensíveis: homens que não fazem sexo no primeiro encontro, homens que fazem tudo no pimeiro encontro (menos sexo com penetração), homens com grandes falhas de potência, homens que recusam sexo "para não se envolverem".
Das muitas teorias que fui lançando para isto (praga rogada pelo meu ex-marido, escassez de bens de qualidade por estes terem sido sugados para as brincadeiras de casinhas, excesso de leitura de revistas femininas), nenhuma me satisfez e continuava plenamente desapontada até encontrar um único individuo capaz de deitar tudo isto por terra.
Finalmente era sexo, nada mais, e do bom ainda por cima.
Ao fim de dois encontros fartei-me.
Como dizia o Siddhartha, não há como o caminho do meio: Brutos como as casas não, mas também não exagerem na sensíbilidade, se faz favor, não há pachorra para essas mariquices.

Etiquetas: ,

confusão anagramática

Deus nosso senhor, brincalhão, diverte-se a dividir. Para umas atira com as alegrias da Primavera. A outras, 'tadinhas, só cabem as alergias...

12.4.07

Da temática sexual

Não era obrigatório que assim fosse, a 100nada mandou-nos escrever sobre toda e qualquer coisa que nos viesse à cabeça e que desse para encher postas. Se desse para provocar, melhor ainda. Ora a gente pode pôr-se a dissertar sobre as mais variadas temáticas e temos aqui uma série de artistas literárias, verdadeiras corredoras de fundo em certas artes como sejam as plásticas, as políticas, as jornalísticas, e até as clubísticas!

Agora digam-me lá qual é a forma mais fácil que o mulherio tem de provocar uma sociedade anónima reaccionária e machista? E de mostrar que podemos ser nós a liderar mesmo que seja em relação a esse bastião sagrado erigido à volta do falo masculino que tá a precisar de levar uns quantos safanões porque existe competição, e da feroz?

Para mim sempre vi este espaço como sendo de mulheres que não temem falar sobre o que querem, sobre o que precisam, sobre o que gostam e sobre o que (ou quem) melhor as serve nesta puta desta vida que dá cabo dos cornos a qualquer adulto que se proclama responsável e autónomo.

E é primavera! E nesta altura os sentidos despertam com uma força inesperada! E nós cedemos porque é bom, porque nos faz bem e porque temos direito a esse prazer! Porque somos mulheres que vivem, que amam, que sofrem, que explodem e que fodem sem complexos nem restrições!

Etiquetas: ,

Se não as podes vencer...

ProntoS, a Arlinda arrasou-me ali mais abaixo, com a resposta à minha pergunta se aqui haveriam postas sem ser arrojadas: que sim, eram as minhas. Sniff! Portanto, para prosseguir no espírito de equipa e tudo isso, aqui fica a minha solene promessa de escrever um post sobre fodas, assim que me lembrar como é que são. No entretanto, vou comer um chocolate ou vinte.

Etiquetas:

11.4.07

sem pingo de poesia

Entra-me. Sem preâmbulos nem delongas. Agarra-me e puxa as minhas pernas para ti. Morde-me os pés, lambe-me os dedos. Isso, assim. Investe contra mim, com força, todo e lento. Vou ser tua só da cintura para baixo, não me olhes as mamas, nem vejas a fosforescência do meu sorriso. Observa os quadris que se agitam desconexos, como se dançassem um solo de violino em contraponto com a tua percursão repetitiva e cada vez mais rápida. Repara na púbis, vai-se levantando: estou quase a vir-me e colo-me ao teu corpo. Quero sentir todo o peso do embate desde o cimo do risco aberto de par em par até ao canto onde despontam as nádegas. Já te vieste? Foda-se, nem dei por nada. Estava concentrada em mim, sabes – quando me venho sou toda cona, a latejar. Não saias já, continua. Os meus espasmos ainda duram. Podes ir, não me toques; vou dormir.

Er...

...eu vinha só aqui dizer às meninas que ainda hoje vi, num semáforo, um daqueles anúncios de cremes anti-celulite e assim e que já Abril vai longo e não tarda é praia, mas já vi que a coisa é mais bolos, vou andando então, nem estou aqui!

Etiquetas:

10.4.07

O descaramento

Elas eram duas, jovens e bonitas. Partilhavam um apartamento e muitas das coisas que mulheres jovens, bonitas e livres partilham nessa idade indefinida entre os vinte e os trinta. Gostavam de se arranjar, gostavam de sair, gostavam de dançar e partilhavam também um grupo de amigos herdados dos tempos de faculdade. Conheci-as por interposta pessoa numa noite de copos num bar trendy da zona alta da cidade. Estavam no meio dum grupo enorme mas destacavam-se claramente do resto, pela pura energia que se desprendia dos seus olhares e sorrisos. Os copos esvaziavam-se a uma velocidade estonteante e antes que a noite terminasse eu já tinha sido incluída no grupo dos "íntimos" de Lela e de Susi.

Há sinais imperceptíveis que pairam no ar e que seguimos como um rasto de perfume que nos desperta sentimentos do passado. Eu percebi que Lela estava interessada em mim, pela maneira como me olhava e me sorria, convidando-me a dançar mais perto de si, sempre mais perto até que as minhas coxas já se roçavam no meio das suas, levando-me a um estado de excitação difícil de controlar. Nunca me tinha acontecido ser assim seduzida por outra mulher, mas era de facto impossível resistir à sensualidade do seu olhar e do seu corpo que continuava a encostar-se ao meu. Não foi preciso perguntar-lhe nada para sentir que ela me desejava, que gostava tanto de corpos de mulheres como eu, se não mais ainda. Disse-me mais tarde que era virgem de homens e que nunca se tinha arrependido, pelas experiências que as suas amigas lhe haviam relatado. Passava bem sem a agressividade e a crueza dos tipos que tentam foder uma mulher a todo o custo, nem que fosse pela força. Definia os homens todos como uma raça de brutos, porcos e egoístas. E sem jeito para lidar com mulheres, pelo menos não uma como ela, que sabia perfeitamente bem o que queria da vida e os seus planos não incluíam emparelhamentos baseados em motivos financeiros ou reprodutivos, felizmente ganhava bem e dispensava a prole que a prenderia e lhe traria muito mais dores de cabeça do que motivos de orgulho.

Lela era uma mulher fantástica e eu apaixonei-me tremendamente por ela, o que lhe dava um gozo enorme e aproveitava todas as deixas para troçar de mim e das minhas tiradas românticas e fora de época. Tratava-me por "pinga-amor" e sabia-me sempre disponível para as suas intermináveis voltas e inúmeros recados que lhe consumiam o tempo e davam à sua vida um ar de perfeita roda viva. Lela era uma mulher caprichosa, como muitas outras. Por vezes ignorava-me, não me atendia os telefonemas nem me respondia às mensagens. Mas havia dias em que parecia que não sabia nem podia viver sem mim e arrastava-me atrás de si mesmo que eu tivesse outros planos, que eu prontamente cancelava perante os seus pedidos que me deitavam abaixo toda e qualquer resistência. Depois às vezes compensava-me dando-me umas migalhas em forma de tardes e noites que passávamos a fazer amor escaldante e sofregamente.

Que mulher aquela… que antro de perdição! Que seios perfeitos os seus… redondos, duas meias laranjas com pequenas cerejas no topo que eu me comprazia a sugar e mordiscar enquanto ela se ria. Sem cerimónias empurrava-me para baixo e exigia-me aquilo que precisava e eu sentia que o momento era chegado ao tactear a forma inchada e molhada dos seus grandes lábios. É sempre difícil chegar ali, e mais difícil ainda relatar com exactidão os pormenores exactos daquele centro escuro e húmido. Os toques começam incertos, como um pianista que estreia um novo instrumento. Ali há reacção mas aqui não. Incertos e trémulos os meus dedos percorriam o seu sexo molhado e aberto, libertando odores que me inebriavam e me asseguravam que esta montanha iria ser escalada e conquistada sem apelo nem agravo. Era ela que enrodilhava os seus dedos nos meus cabelos e me puxava o nariz para dentro, como se quisesse que eu me afundasse na imensidão dos líquidos que ejaculava. Duches doces e perfumados que me percorriam o cabelo, a cara, as mãos, a língua... há mulheres que se liquefazem no caminho para o clímax e os seus sumos são as melhores e maiores provas do seu real prazer… e quanto mais o seu sangue aquece, mais elas produzem e mais nós agradecemos por podermos estar ali e sermos nós a causa desse caudal aromático e delicioso…

Fazer amor com Lela tinha tanto de extenuante como de gratificante. Felizmente para mim ela não me requisitava com muita frequência o que me permitia recuperar as forças e os líquidos entre duas dessas sessões profundamente intensas. Eu sabia das outras, sempre soube. Lela fazia questão de marcar o seu território de fêmea livre e resoluta. Ninguém a prendia e ninguém a controlava. E nós as que nos encontrávamos fascinadas por ela volteávamos e revezávamo-nos nas noites em que ela exigia morrer de prazer, para depois renascer mil vezes mais forte e mais decidida do que nunca.

Sempre pensei que Susi não gostava de mulheres mas na verdade nunca me apercebi da sua presença, nem nas noites que saíamos em grupo, nem mesmo nas noites que passava lá em casa com Lela. Se ela possuía alguma graça, não a usava da forma atrevida como Lela o fazia. Era engraçada, diria que era bonita até, mas não era tão terrivelmente sedutora como Lela. E eu nessa altura só tinha olhos para Lela, fascinante, feiticeira de andar bamboleante e sensual.

Foi numa dessas noites de saídas, com muitos copos e álcool à mistura, que tudo aconteceu. Nesse dia Lela estava especialmente quente, seria noite de lua cheia talvez, mas toda a noite as suas mãos procuraram as minhas para logo de seguida se enfiarem por dentro do meu decote, à procura dos meus mamilos arrepiados fazendo-me corar de vergonha. Todos sabiam que nessa noite Lela se excederia e eu tinha sido a feliz eleita para a acompanhar na explosão que aconteceria quando Lela se entregasse à noite dos prazeres incontidos e a mim. Foi ela que me excitou de tal forma que acho que ceguei, ou quis cegar, para que fossem apenas os meus outros sentidos a participar nesse excesso de sensações e emoções. O tacto, o olfacto e o paladar seriam mais do que suficientes para o que se iria passar depois, pensei eu quando fechei os olhos e tapei os ouvidos para me entregar a mais uma noite de gloriosa paixão.

Logo pelo olfacto denotei algo diferente, como uma nota fora de tom, uma palavra mal escrita, algo de errado, mas de forma surpreendente e excitante. Nem sempre a diferença nos demove, por vezes pelo contrário, sentimos uma atracção ainda maior pelos abismos que desconhecemos do que pelas montanhas e vales que já sabemos de cor. A casa era a mesma, o quarto e a cama também. Mas sem aviso prévio o filme tinha mudado de protagonista e eu encontrava-me presa numa outra realidade, querendo vivê-la tanto ou mais do que a anterior. Fiz menção de abrir os olhos mas uma voz suave pediu-me que não o fizesse, que seria melhor assim. Fiz menção de alcançar os seus seios, mas ela impediu-me, agarrando-me as mãos e atando-as com lenços à cabeceira da cama. Era uma mulher, não tinha dúvidas nenhumas acerca disso. Mas não era Lela… e eu encontrava-me ali, de mãos atadas e braços esticados, nua e exposta a um novo olhar que apreciava o meu corpo assim aberto à sua mercê.

"Minha querida tu já lhe deste tanto… hoje é a tua vez de receberes" dizia a voz suave e vagamente conhecida. "Mas… e Lela?" perguntei eu. "Dorme, drogada!" respondeu ela rejubilando. "E tu esta noite és minha e eu vou-te comer…" rindo-se descarada a mulher de voz suave que encosta o seu corpo contra o meu e me deixa ofegante de surpresa e de prazer. Os seus dedos são expeditos, a sua língua insaciável, tudo aquilo que as mães não devem ensinar aos filhos e muito menos às filhas, sabia ela de cor e salteado. Desta vez era ela a instrumentista e eu o instrumento e de mim arrancava os suspiros mais profundos, as ondas mais redondas e sublimes de picos nunca antes escalados. Eu não podia fazer nada, a não ser deixar que ela encaixasse as minhas ancas nos seus ombros para que pudesse comer-me, lamber-me, e foder-me. As mulheres também se fodem, com minúcia, docemente por vezes, mas nem sempre. O caminho está lá, e os dedos percorrem-no, lentamente primeiro, ritmadamente, massajando o interior quente, esponjoso, expansivo, incitando à libertação do líquido que se pode, que se deve, beber dessa fonte que os dedos desbloqueiam com um saber milenar. E ela bebeu de mim, e eu dei-me a ela duma forma como nunca me tinha dado antes, dei-me tanto que quase desidratei. Durante toda a noite Susi vingou-se dos amores que lhe tinham passado ao lado, dos homens que nunca a tinham amado, dos corpos suados que tinham conspurcado o seu. Nessa noite Susi orquestrou a foda do século e nessa noite ela quase me matou de exaustão…

Se sobrevivi para vos contar esta história foi só porque como me confidenciou depois, cada mulher possui em si um dom, desconhecido para muitas, de dar prazeres infindos a alguém que os mereça. Ela achou que eu merecia, que a minha hora tinha chegado, e usou o seu dom em mim… de forma descarada mas no fundo todas sabemos que deveria ser sempre assim!

Etiquetas:

8.4.07

De Lado

Durmo de lado, de costas para ti. Os teus dedos tilintam pela minha cintura, percorrendo aquele vale pronunciado entre a minha anca e o meu esterno em pousio. Vão descendo como uma bailarina em pontas até mais abaixo, ao sítio onde tudo importa, o trabalho facilitado pela minha posição de sempre, em semi decúbito: o joelho direito colado ao queixo e a perna esquerda esticada até a ponta do pé tocar a dobra do lençol. Abres-me ao de leve, como quem empurra uma porta devagarinho para não estragar uma surpresa, mas eu continuo imóvel, a sonhar com unicórnios, identidades trocadas e a morte das minhas pessoas felizes, que é mais ou menos aquilo com que sonhamos quando a vida nos é cheia de coisas boas e temos muito a perder. Não cedes à minha imobilidade serena e os teus dedos penetram e exploram cada vez mais fundo, até engelharem de tão molhados, embora eu nada tenha a ver com o assunto. No meu sonho, confundo-te com uma coca-cola muito fresca, com gelo e limão, bebida de um trago. Às tantas, os teu movimentos circulares dentro de mim encontram nas minhas nádegas um parceiro de dança, e estas começam a rebolar devagarinho, sem um ritmo definido, como se ao som de um bolero, ouvido ao longe. Já não és Coca-cola: agora, és um actor de cinema, um daqueles da tusa universal, que me come contra a parede, e eu sem perceber porque é que nunca mais me venho, porque é que está a demorar tanto tempo se ele é tão giro e, seguramente, tão competente. Já sei, é porque é um filme, isto é um filme, e o sexo num filme não é suposto ser a sério. Perante o meu sono ainda fundo (apesar de tudo, e por agora, ainda mais fundo que os teus dedos que quase me fazem um filho), a tua língua vem em teu auxílio: calcorreia-me a nuca , invade-me o ouvido e lambe-me a raiz do cabelos, junto à orelha, passeando-se como se fosse domingo; é um pássaro grande que me debica com parcimónia a pele levantada pelo vento, no meio do deserto, ai que vou morrer. Algures por entre o sonho, perfila-se um desejo real que range os dentes de tanta vontade, mas que ainda não reconheço como tal. Afinal não vou morrer, desidratada e só, debaixo deste sol escaldante. E eis o meu corpo que se revolteia, independentemente da minha vontade, e os grifos que me cercam de sombras agoirentas, são na verdade almofadas, que enxoto para o chão do quarto. A boca abre-se-me num esgar de prazer miúdo e um fio de baba escorre-me pelo canto esquerdo do queixo, ensopando a única almofada sobrante que, minutos antes, tentara espantar com as mãos cegas de escuro, convencida de que vinha para me arrancar os olhos. Não percebo bem o que está a acontecer; dentro de mim, neste universo dormente, sinto galáxias a formarem-se como se no princípio do mundo; viras-me de barriga para cima, eu, um boneco de trapos sem voz nem vontade, e beijas-me a boca, a barriga, as virilhas e o sexo, impondo-me por fim a vigília, a consciência e o gozo. Explode em mim um milhão de estrelas e, com aquela sensação de felicidade imoral que se tem quando se é apanhado a jeito, constato que não, não estou a rir desalmadamente de uma piada que alguém me contava, sentados que estávamos a uma mesa de café, embora o meu corpo se contorcione em espasmos felizes. E agora, que me tens acordada por entre galáxias recém-formadas, vamos a isto, meu querido. Mergulho entre as tuas pernas , olímpica e ufana, chupo, engulo, regurgito, lambo e digiro. Reforçadas todas as doses vitamínicas necessárias, corremos em busca de novos mundos, onde nos basta encontrarmos qualquer coisa que mexa. Amanhã compenso e deito-me mais cedo, nem vejo a novela das nove, prometo-me enquanto te escalo.

Etiquetas: , , ,

7.4.07

Ganhei um talão que me dá direito a uma lavagem do carro gratuita. Em troca desse talão lavam-me o carro por fora, põe brilhos e ceras e as jantes a espelhar.
Mas acho que não o vou usar...
Parece-me mal um gajo ter que limpar os pés antes de sair do carro...

Etiquetas:

6.4.07

Gata que fede

É isso, aqui a Arlinda é como uma espécie de gato fedorento aqui da Soca, mas sem o génio nem aquele ar asseadinho do RAP. Não queria ter que confessar isto mas é que na verdade a maior parte dos textos que aqui escrevo surgem-me no duche, quando preciso de dar descanso aos dedinhos (e daí o conteúdo vagamente pornográfico de alguns deles).

Pensei eu, na minha ingenuidade blogosférica, que haveria por aí muito mulherio sexualmente frustrado que precisava de um abanãozito para se porem a mexer, nem que fosse umas nas outras, mas lá está, hoje tenho que dar a mão à palmatória e reconhecer que há, pois que as há, mulheres de tal forma heterossexualmente empedernidas que nem eu, com promessas certas de prazeres intermináveis, consigo lá chegar-lhes! E tá certo que os meus dedos não são tão compridos como as pilas deles, mas… (e este mas é importantíssimo!) há, porque as há, mulheres que gostam mais das brincadeiras à superfície do que em profundidade… mas não aqui, helas!

Reconheço que nenhuma das sócias é mulher mal fodida (a não ser talvez eu própria) o que me faz ser a idiossincrática aqui do sítio (a palavra era mesmo idiota, mas prontos, lá tou eu a tentar embelezar o que não tem remédio!) e perco o meu tempo a vangloriar-me das vantagens do amor entre pares enquanto as outras me olham de lado, pois… mas todas as cortes têm o seu bobo e eu olha, vesti-lhe a carapuça porque não tenho nada a perder. Mas nem assim, nem assim consigo amolecer a resolução destas mulheres empedernidas! Enfim, é sinal que estão bem servidas!

Prontos e agora vou ali chorar um bocadinho e dar banho à rata gata!

Etiquetas: ,

4.4.07

anda cá

Afasto-te de mim sem me desligar de ti. Não sei como se opera; sinto a corda que me une o eixo do olhar ao períneo, ao evocar-te. Estado contemplativo e tesão desenfreada, à uma, como se tal fosse possível. Um êmbolo que me aquece ao descer no imo de mim, comprime a matéria e me esvazia, deixando-me leve como o hélio: elevação. Riso que não salta da boca e se espalha devagar, dançando no corpo parado. O calor torpe entre as coxas, as mamas tão cheias e presentes como as de uma virgem do leite. Estás inscrito em mim e essa verdade é só minha, embora eu queira que a sintas.
As tuas friezas, preconceitos e distâncias não me atingem. Tenho comigo os teus gestos, esse alegre sacudir para trás a cabeça, o passo de um pé para o outro, quando estás no mesmo sítio, de um potro irrequieto. Trago para todo o lado o bem do teu pensamento, o meu nome só teu na tua entoação, o que não conheço em ti e que já quero. Não sabes o meu amor, não o vês, não o sentes; amo-te melhor sem ti, dizes tu.
Cada um é um mistério, mas segredo a mais não me serve: fica dois furos acima e todavia apertado. Tens medo de ser domado e eu só sei ser verdadeira. Por isso te digo, querido, que ainda te hei-de foder muito, a ti e ao teu juízo. E entre uma tesão e outra, prometo: um dia hei-de ver-te de avental empinado por essa tua pila boa. Com jeitinho, com paciência, ainda te vou ensinar a dobrar lençóis de elástico.

inefáveis morangos

Os morangos deste ano não chegam aos calcanhares dos morangos do ano passado. São desenxabidos e ácidos.

3.4.07

Go out and live more!


Prontos, já ouvi isto tantas vezes e de tantas pessoas que é desta que vou! Vou partir à aventura com a minha mala de cartão (not really, mas aqui somos livres de escrever tudo o que nos vem à real gana, não é?) E estas minhas aventuras serão mesmo no mundo real, com pessoas de carne e osso, que eu cá não consigo atinar com os bonequitos do SL e irrito-me com a avatara que não anda, não come, não voa e não fode foge nem faz nada de jeito, culpa total e integral aqui da azelha da gaja que a manipula, mas lá está… acho que não tenho jeito para dar corpo e voz a uma coisa virtual!

Portantos o meu plano para o ano de 2007, que entra em vigor ligeiramente desfasado mas mais vale tarde do que nunca, é conhecer muita gente e viver muitas experiências interessantes que enriqueçam o meu ser e me façam obter muito prazer saber!

See you around my friends! Virei aqui relatar tudo o que de interessante me acontecer e prometo que incluo os detalhes e pormenores mais picantes tocantes! Sim porque a vida vive-se fodendo vivendo, e eu sou tão gaja como as demais e tenho cá as minhas necessidades fisiológicas e psicotrópicas e preciso de dar alguma cor à minha vida! Preciso tanto disso como do ar que respiro!

Etiquetas:

2.4.07

parabéns!!!



Epá, 100nada, não te digo nada. Escreves nada, dizes nada, 'tão pá? Cedo nos labels, mas aqui nada, que é que querias?

Etiquetas: , ,

comédia na tv

As poucas, raríssimas ocasiões em que ligo a televisão mostram-me o que ando a perder. Já há uns anos verifiquei que é um veículo melhor para apreender o país real do que andar na rua, quando assisti à saída dos concorrentes do «Big Brother» com a participação do comentário dos populares. Ontem foi um concurso, «A Bela e o Mestre», na TVI. So assisti enquanto duraram os meus ovos estrelados, mas já deu para me dignificar como pessoa culta, quase erudita. A certa altura, quando a concorrente mostrava a tranca sentada numa secretária, tendo o seu cavaleiro andante sentado atrás desta, com fita adesiva colada sobre a boca (imagem edificante, convenhamos, e nada sexista), mostraram umas imagens, das quais teria que identificar o nome. Uma das belas ignorava o facies de Salazar, mesmo na esteira do concurso recente, aquele dos grandes portugueses. Outra não foi capaz de dizer se a Ópera de Sidney era uma obra do século XX, quanto mais identificá-la. Ao aparecer Winston Churchill, uma terceira, perante a ajuda do apresentador, este senhor ganhou o concurso dos grandes portugueses em Inglaterra, aventou «George Bush?».
Mas isto não tem mal nenhum. Um dia destes descobri que há um cantor chamado Tony Carreira, o qual parece chegar ao ponto de ter fãs. Não identificaria o senhor pelo rosto, nome ou música e tenho a certeza que elas lhe conhecem a letra, até a lírica. Cada um sabe o que quer.
O concurso teve um momento alto quando a apresentadora apanhou uma mosca. Todos aplaudiram. Fico esperançada pelo futuro televisivo da minha avó, que aos 88 anos ainda apanha toda a espécie de insectos com as suas mãos nuas, esmagando-os impiedosamente.

1.4.07

ao telefone

...Sim, correu tudo bem, só à tarde é que tivemos aqui um qui pro quo...
O que foi? Aconteceu alguma coisa?
Bom, parecia um daqueles sonhos que eu tinha em miúda. Estavam todos a correr lá fora, o pai até se perguntou se teriam estado acorrentados a semana toda - foi?
Não, saímos, mas conte, conte lá o que aconteceu!
Estávamos lá fora e eles brincavam e corriam...
Na relva?
Na relva, ali mais para baixo...
No prado?
Sim, quase no prado. E então,
Diga.
Então, o pai e eu viémos cá dentro e - foi só um bocadinho! - de repente olhámos lá para fora e apareceu uma vaca.
Uma vaca?!
Sim, imagina, uma vaca!
Uma vaca?? No prado?!
Não sabemos de onde veio, o pai ainda está a tentar perceber por onde entrou. Os miúdos viram a vaca, desataram a correr, a vaca atrás deles...
A vaca atrás deles??? Mas era uma vaca ou um touro?
Pois, ou um touro. E então o pai foi a correr e conseguiu atrair a atenção da vaca. Eu muito aflita, a chamar os miúdos, e então o pai lembrou-se que tinha aberto a piscina. Correu para lá, no último instante desviou-se e a vaca caiu. Agora, vê lá tu, temos uma vaca no fundo da piscina!
Não posso acreditar!!
...
Ah, pois não – e não acredito, ahahahaha! Dia um de Abril!

E eu, sempre a leste das datas, tenho que começar a consultar o calendário...

nova presidência da soca

A Catarina e eu, de comum acordo, e por termos outros assuntos aos quais urge que nos dediquemos, vamos deixar a Soca. Para que não se torne uma verdadeira chanata de borracha, a flutuar à deriva por mares revoltos, resolvemos que a melhor solução será eleger uma nova chefa. Não duas, como antes, pois esta era apenas contingência da sororidade e origem. Assim, motivadas pela elevada estima pelas nossas e nossos leitores, entendemos ser deles a palavra. Está aberta a votação.

Diálogo entre cores que se fodem

Vd – Verde, personagem masculina deste meu dialogo imaginário
Vm – Vermelho, mulher como não podia deixar de ser!

Vd: Eu sou a cor da vida, a cor das folhas, da esperança nunca perdida!
Vm: E eu sou a cor do sangue, do calor que excita, de todas a mais fodida!

Vd: Mas eu sou também a cor do mar, por vezes até do ar… sou o oxigenar!
Vm: E eu a cor das chamas, do fogo, da lava… sempre a arder até queimar!

Vd: Ó Vermelha duma figa, vai-te mas é lixar! Estragas e ofuscas o meu brilhar…
Vm: Não vou para lado nenhum… verde enjoado e mortiço…eu sou de quem quer amar!

Vd: Cor brilhante e apaixonante… não te queres a mim misturar?
Vm: Olha olha… Olha-me este já aqui a tentar-me engatar!

Vd: Mulher fogosa e colorida… de repente e de tanto te olhar…
Vm: Não querem lá ver ó verde descolorido que te estás a apaixonar?...

Vd: Falta-me aqui uma cor, um calor… uma inspiração!...
Vm: Ai que ele está de todo! Cá para mim isso é mais tesão!

Vd: Chama-lhe o que quiseres ó vermelhona do meu coração…
Vm: Não te consigo achar piada ó verde mais sensaborão!

Vd: Inflamaste-me e queimaste-me as pontas… endureceste-me o caule!
Vm: Eu dou-te o caule mas é uma marretada na cabeça ó alho mole!

Vd: Anda cá e leva-me contigo para o inferno ó vermelhona boazona…
Vm: Ai tou tramada com este marmelo verde… já me lixaste a inspiração!

(Pausa para deixarmos as cores misturarem-se e diluírem-se numa fusão orgásmica multicolor…)

Vd: Eu cá bem sabia que me querias e que gostavas das minhas comichões…
Vm: Ó verde duma figa… que bem que tu brincas com os meus melões!

Vd: Já estás a ver… percebeste como é importante apreciar o prazer?
Vm: Percebi ó verdilhão potente… ai que bom que é te foder!

Etiquetas: ,


referer referrer referers referrers http_referer Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com